Noiva inocente do rei

Capítulo Um

Kate

"Mova-se, garoto!" O guarda empurra minhas costas, jogando-me para frente. Tropeço em meu tio Jack, que me impede de cair no chão duro de concreto.

Suas mãos me apertam por um momento.Olho em seus olhos escuros e sei que ele está me dizendo para
manter a boca fechada. Ele me empurra para trás. Cambaleio, mas encontro minha estabilidade.

"Mova-se!" O guarda grita novamente. Baixo minha cabeça,querendo manter meu rosto protegido tanto quanto possível.

Meu olhar cai no chão, e deixo a capa que estou usando mascarar ainda mais do meu rosto. Sou grata que a uso para começar. Eu a peguei não apenas para me manter quente, mas para esconder também que sou uma garota.

Isso parece estar funcionando até agora. Eles
continuam me chamando de garoto e eu não os corrigi. O único problema é que é pesada e quase duas vezes maior que eu. Continuo tropeçando nela. Não contei com a necessidade de correr. Pensei que
iria me esgueirar lentamente durante a noite. Pensando que tinha horas para fazer minha fuga da casa de meu tio.

Eu estava errada. Ele sentiu minha falta em poucos minutos.Ele veio me verificar. Imagino quantas vezes ele fez isso sem eu saber.Por que ele veio a uma hora tão tardia, não tenho ideia. Mas ele fez.

Quando ele veio voando para fora da casa gritando meu nome, corri tão rápido quanto eu podia. Não foi rápido o suficiente. Não só ele me pegou, mas cometi um erro grave, pelo qual nós dois estamos prestes
a pagar.

Eu me perdi quando fugi e de alguma forma tropecei na terra do rei. Nós dois fomos apanhados por invasão por cinco guardas armados. Sabia que deveria ter ficado com a estrada, mas tinha certeza que seria pega por ele mais rápido se ele estivesse me procurando.

Era claro que isso não tinha importância. Meu tio não me deixaria ir sem uma luta. Eu pertenço a ele. Sou sua propriedade.

Ele impregnou isso na minha cabeça mais e mais. Ele tem o direito de fazer comigo o que quiser. Eu deveria ser grata a ele por quão bom ele foi. As coisas poderiam ser piores.Não vamos esquecer a agressão leve que cometi. Posso ter socado um dos guardas quando ele me agarrou. Que terminou comigo
recebendo um forte tapa. Meu rosto ainda está latejando. Junto com minha mão. Alcanço e toco meu rosto, fazendo uma careta quando faço contato com ele.

Meu tio tentou argumentar com o guarda para
nos deixar ir. Ele disse-lhe que eu era seu filho e ele estava me perseguindo. Ele não conseguiu. Nossas mãos foram amarradas na nossa frente e fomos carregados na parte de trás de algum grande
veículo que não tinha um topo nele.

Não tenho certeza do que quero, para ser honesta. Não sei qual dos dois seria uma escolha melhor para mim, uma cela ou voltar para casa do meu tio. Eu odeio lá. Odiei a partir do momento em que fui
forçada a me mudar para lá depois que minha avó faleceu.

Ela me criou desde que eu era uma garotinha. Nunca conheci meus pais e apenas tinha ouvido falar de um tio. Então cinco anos atrás, fui enviada para ele. Enviada para o que parecia ser um mundo totalmente novo. Poderia ter sido apenas outro país, mas tudo o que eu sabia sobre minha vida inteira desapareceu.

Fiquei com um homem que parecia me odiar por nenhuma razão real. Para ele, eu era um trabalho de graça. Estava contando os dias até meu décimo oitavo aniversário. Onde cresci, você se torna adulta
quando completa dezoito anos. Assumi que o mesmo era verdade aqui. Eu posso estar errada.

Mas espero que seja verdade e que possa finalmente estar livre dele. Onde vou eu não tenho ideia. Ele nunca me deixa longe de casa.Fui isolada. Então na semana passada, durante um de seus jogos semanais de pôquer bêbado que ele tem na casa ouvi meu nome surgir.