☀️ Capítulo 4 ☀️

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🏜

10 dias.

Mano! Não tô aguento, sério, cara, o calor tá cada dia ficando mais pior do que o normal. Tá insuportável, não tem nada fazer por aqui, nem pra passear não dá certo por não conhecemos o lugar. O que vou fazer da minha vida Jesus?

É se eu sair por aí?

Sem conhece nada.

O bagulho daria certo?

Tô aqui pensando numa parada engraçada, tipo uma sessão de se perder por aí que nem conheço direito, mano.

Imagina só, eu lá, dando um rolê nas quebradas desconhecidas, perguntando pras paredes se tão afim de me dar um GPS.

Aí, a galera olhando torto, sem entender bulhufas. É tipo uma comédia carioca, sabe? Mas, no final, sempre acho um jeito de voltar pra casa na moral.

Essas aventuras perdidas são meio doidas, mas rendem umas histórias pra contar, pô!

Agora reclamo com frustração pela impossibilidade de sair para a praia, lamento a distância que parece uma barreira intransponível.

Enquanto o calor do nordeste se intensifica, a falta de uma cervejinha gelada para refrescar só acentua a insatisfação.

A ideia de estar longe da praia e privado desse prazer simples parece um castigo, tornando o calor escaldante ainda mais difícil de suportar.

Oh, caralho!

Só queria pode cria asas pra voar de volta pro Rio.

Pô, tá ligado, estar longe dos parças é osso, né? Já faz uns meses, dias, sei lá, desde que caí fora do Rio de Janeiro e vim parar em João Pessoa.

A saudade bate forte, a vontade de dar aquele rolê pelas quebradas cariocas só cresce. Mas, porra, não tenho nem ideia de quando vou voltar.

Essa incerteza é osso demais, dá vontade de soltar um "saudade, Rio" e pegar o primeiro busão de volta pra casa, aquele calor humano que só encontra nas quebradas cariocas, sacou?

Mermão, acho que vou mendiga por aí, sai pedindo dinheiro pra eu pode volta por meu cafofo.

- Pô, acho que vou acabar matando alguém ser chega perto de mim. - Digo, jogando milho pra as galinhas.

Hoseok olha pra mim com olha de debochado.

- Se você for preso, eu não vou defender tu não. Matou por quer quis.

- Valeu pela consideração. - Sorrio falso, jogando algumas sementes de milho na cara dele.

É olha lá, arrumamos um trampo.

Da de comer pras galinhas, tá ligado?

Pô, olha só, minha mãe ficou pistola comigo, mandou o chinelo voar e me deu um pega certeiro.

Aí, ao invés de ficar de bico, decidi tirar onda e fui dar comida pras galinhas, mó raiva! "Vai lá, come, galinhada, já que eu que tô com fome de porrada", pensei.

Quem diria, acabou sendo um esquema maneiro e até rendeu umas risadas.

Às vezes, é melhor dar um rolezinho com as galinhas do que ficar de migué, né? A vida é doida, mas é nois, sempre improvisando.

- Meu são sinfrônio. - Digo.

Olha só quem vem vindo...

Cangaceiro! Com seu chapéu de couro na cabeça, em sua mão direita sacola de pães.

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