IDIOT

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Vejo um farol se aproximando e tento me controlar, toda vez que um carro passa eu fico agitado e nem sei se ele vem de carro, ou se ele vem mesmo. O carro vira a esquerda e vai embora com o som alto tocando Idiot do Coldplay , não posso deixar de notar a ironia aqui.

- Que merda eu estou fazendo?

Levanto já com o celular na mão e ligo pra ele de novo, não sei onde eu estava com a cabeça quando pedi pra ele me encontrar. O telefone chama várias vezes até cair na caixa postal, tento de novo, mas ele não atende.

- Idiota filho da mãe!

Vejo mais um farol vindo na direção da praça, mas não vou fazer isso, não vou ficar na expectativa dele aparecer, não mesmo!

Eu caminho pelo parque e quando estou chegando na calçada uma moto para quase batendo em mim.

- Vai se foder! Tá ficando maluco, cara?

Mostro o dedo do meio enquanto desvio da moto, quando passo por ela o cara segura a minha mão.

- Ei, se acalma, sou eu!

O Pat tira o capacete e me olha sorrindo, mais uma vez eu me arrependo de ter feito aquela ligação, que diferença faz ele estar aqui?

- Você está bem?

- Estou. Eu não devia ter te ligado, você deve estar ocupado. Foi mal!

Faço ele soltar do meu braço e dou um passo para trás, é melhor acabar com isso de uma vez.

- Obrigado por ter vindo, mas está tarde, eu tenho que voltar.

Ele não esconde a surpresa e eu aproveito a sua falta de reação para partir, mas antes de chegar na rua ele já me alcançou.

- Pran, espera, fala comigo!

Eu paro, respiro fundo e olho pra ele, a culpa disso tudo é minha, então pelo menos eu vou ouvir o que ele tem a dizer.

Pela primeira vez eu consigo ver a roupa que ele está vestindo, não é aquele maldito cropped que me fez perder a cabeça, mas essa camiseta preta colada no seu corpo é tão provocativa quanto, parece que foi costurada sob medida para desenhar cada músculo do seu peito, abdômen, bíceps, tríceps... É simplesmente perfeita.

- Porque você não me ligou?

Paro de olhar para o seu corpo com muito esforço e tento me concentrar no seu rosto.

- Eu... Sinto muito, isso foi um erro!

Quando viro e ele segura a minha mão, sinto um formigamento a partir da palma, subindo pelo meu braço.

- Eu esperei pela sua ligação...

Eu não digo nada, não sei o que dizer ou fazer, não pensei além da ligação, na verdade não pensei nem pra fazer a ligação. O Pat dá um passo na minha direção e toca o meu rosto fazendo eu olhar pra ele novamente, espero pelo seu beijo ao mesmo tempo que não quero que aconteça, já estava difícil esquecer dele, isso só tornaria tudo pior. Depois de um tempo ele abaixa a mão e sorri, segura a minha mão e me leva para dentro do parque, para um pouco e olha em volta, caminha até um banco embaixo de um poste de luz, mas é exposto demais, se alguém o ver aqui pode causar um grande problema pra mim e pra ele, então quando o Pat vai sentar eu o puxo para o outro lado e vamos até o banco que eu estava até alguns minutos atrás.

Eu solto a sua mão e sento na ponta do banco, ele olha curioso pro espaço ao meu lado, mas para o meu alívio senta no meio, não muito longe, mas com uma boa distância entre nós.

- Porque você não ligou, Pran?

Se não fosse por estar uma pilha de nervos eu teria dado risada por ter que pensar de novo em como dispensar o cara mais gostoso do mundo.

- Porque você me ligou, Pran?

Essa pergunta me surpreende, não pela pergunta em si, mas pelo seu tom de voz, é quase uma acusação.

- Eu... Vi a sua entrevista.

Merda! Porque eu falei isso?

Ele sorri e eu tenho que me controlar pra nao ir até ele. Como alguém pode ser tão lindo?

- É por isso que eu estou aqui?

Sim, mas não... Não sei porque ele está aqui ou porque eu liguei, nada disso deveria estar acontecendo, afinal ele é Pat Napat, um ator famoso e muito desejado, ele pode ter quem quiser, homem ou mulher, com certeza andou pegando muitas outras pessoas com covinhas por aí, aquele video não significa nada.

- Vamos lá, Pran, me dá alguma coisa, eu já me declarei, eu estou aqui, agora é a sua vez.

- Você o quê?

O seu olhar mostra que ele está tão confuso quanto eu, mas ele segura a minha mão e olha nos meus olhos.

- Eu não consigo te esquecer, Pran, eu esperei a sua ligação dia após dia, pensei em mil coisas... Que você não me queria, que me odiava, que eu passei o número errado, que... Sei lá... Então eu tentei te achar, mas não sabia por onde começar, o meu agente me ajudou, mas...

Ele para e fica olhando pra mim, eu tento assimilar tudo isso.

Sou eu? A pessoa especial, a pessoa que...

- Você disse na entrevista que está...

- Apaixonado? Parece forte demais pra você? - Ele sorri como se pedisse desculpas. - Eu penso em você o tempo todo, sonho com você todas as noites, o meu coração acelera sempre que lembro do seu sorriso, dos seus lábios...

Ele leva a mão até o meu rosto e toca o meu lábio inferior com o polegar.

- Eu estou apaixonado, Pran!

Esse cara é maluco, ele nem me conhece, como pode achar que está apaixonado?

- Porque você me ligou, Pran?

- Porque eu não consigo parar de pensar em você...

Eu me arrependo dessas palavras assim que elas saem da minha boca, principalmente pelo seu olhar, pelo seu sorriso... Sem dizer mais nada ele puxa a minha mão e eu não resisto, vou até ele e o beijo, mas isso não é suficiente, não depois de todo esse tempo, não depois do que ele acabou de dizer, então eu viro e monto no seu colo, sem parar de me beijar ele segura a minha bunda e aperta, quando percebo ele já está abaixando a minha calça, a parte sensata do meu cérebro alerta que eu não posso fazer isso, não com ele e não aqui, mas uma outra parte muito mais barulhenta só quer mandar tudo a merda e ter o que quis nos últimos três meses, é essa parte que eu escuto quando coloco a mão entre nós e seguro o seu pau. Nós gememos juntos, ele quando eu o aperto e eu quando sinto o seu dedo quase entrando em mim.

- Pran...

Eu sonhei com isso tantas vezes, mais vezes do que poderia contar. O jeito que ele fala o meu nome enquanto geme é puro tesão!

- Pran... Camisinha... No bolso esquerdo...

Eu paro por um momento e olho nos seus olhos, aquela parte sensata mais uma vez alerta que isso não é certo, mas eu a silencio no momento em que enfio a mão no seu bolso. Tudo acontece rápido a partir daí, o Pat pega a camisinha da minha mão, leva até a boca e rasga abrindo ela, sem me afastar ele coloca no próprio pau, segura a minha cintura com uma mão enquanto segura o pau com a outra e me guia para baixo me penetrando devagar. Nós gememos em uníssono e nos movemos um de encontro ao outro, isso é muito melhor do que qualquer lembrança minha! Ele levanta a minha camiseta e sem pensar duas vezes leva a boca até o meu mamilo chupando com força, na hora o meu corpo inteiro se contorce e ele geme alto quando eu o aperto, pela primeira vez eu escuto aquele alerta que continua me dizendo que não podemos fazer isso aqui e acelero, ele começa a meter com tudo e geme cada vez mais alto, era tudo o que eu precisava na minha vida, um maldito exibicionista!

- Goza, Pran!

Eu sinto a onda do orgasmo vindo com força e gozo na hora, ele grita o meu nome e goza também.

O Pat me abraça, encosta a testa no meu peito e fica respirando ruidosamente, eu beijo a sua cabeça e fico esperando ele se acalmar. Nesse momento entendo porque resisti tanto a tudo isso, eu não vou conseguir abrir mão dele, com certeza não vou ter forças para me afastar novamente, e com essa epifania finalmente aceito a verdade, eu também estou apaixonado.

Love MeOnde histórias criam vida. Descubra agora