O Diabo Veste Farda II

O novo capitão do quartel.

DIAS ATUAIS

Ao retornarem para a casa, o casal foi surpreendido por uma visita inusitada. O general Kim estava devidamente fardado e tinha um olhar austero e uma postura firme e rígida, denunciando a gravidade do assunto que tinha para discutir com eles.

Yoongi olhou de soslaio para o marido, que imediatamente largou as sacolas de compras no chão e se aproximou cautelosamente do pai. Ele, melhor do que ninguém, conhecia o olhar que ele tinha no rosto.

—A lua de mel acabou. Vocês dois vão voltar para o quartel pela manhã.

—Com todo o respeito, general Kim, mas eu não acho que essa seja uma boa ideia, o Taehyung ainda não está cem por cento recuperado. Ele precisa...

—Isso já está decidido. O Taehyung voltará ao posto de capitão. Façam as malas agora mesmo.

O filho o escutou quietamente, farejando algo estranho naquela história. De maneira alguma, seu pai tinha dado uma carteirada para realocá-lo. Ele preferia ver o filho se foder a ajudá-lo com meios escusos, era extremamente moralista e seguia com muita rigidez os protocolos militares, dificilmente concordaria com aquilo.

Não. Não foi ele. Não podia ter sido ideia do seu pai. Embora o amasse e fosse um excelente pai, ele nunca deixava de ser o General do Exército. A menos que...

Ele ergueu levemente a sobrancelha e encarou o pai.

—Foi coisa da sua esposa?

—Não. Foi coisa do avô do seu marido. — Essas palavras levaram o casal Kim a se entreolhar, um tanto confusos e descrentes com aquela informação. — Acontece que o ex-soldado Min é um herói de guerra veterano e nunca quis as recompensas que lhe eram ofertadas, já que vivia confortavelmente como policial, no entanto — O General voltou a colocar o quepe em sua cabeça. — Ele fez questão de ir até o Alto Escalão e exigiu que você e o Jungkook fossem readmitidos ao exército.

Taehyung o escutou quietamente, com muita atenção, sentindo o coração acelerar fortemente com a possibilidade de voltar ao posto que tanto amava. O vovô Min era, indiscutivelmente, foda demais para aquela nação! Ele mordeu a boca e Yoongi entrelaçou os seus dedos aos do marido, segurando a mão dele com firmeza, tão ou mais eufórico que o próprio Kim.

—No entanto — O senhor Kim voltou a falar e os dois prenderam as respirações, temendo o que vinha pela frente. — Eu pedi encarecidamente que vocês fossem readmitidos sob uma condição.

Conhecendo muito bem o pai que tinha e sabendo o quão puxa-saco o mesmo era de Jungkook, não foi difícil para Taehyung adivinhar que condição seria essa então apenas sorriu falsamente e esperou que o pai enfim dissesse.

Yoongi olhou do marido para o sogro diversas vezes em câmera lenta, sem entender os olhares faiscantes que os dois trocavam entre sis, numa batalha silenciosa e secreta.

—Qual é a condição?

(....)

Retornar para o quartel depois de tantos meses afastado foi extasiante. Ele inspirou e respirou fundo várias vezes para ter certeza de que não estava delirando e o ar que respirava era, de fato, do lugar onde seu coração e mente pertenciam. Ao abrir os olhos, Taehyung sorriu largamente: era exatamente o mesmo lugar que, apenas alguns meses atrás, Hyunjin e Félix explodiram, e onde ele conheceu o amor da sua vida.

—Capitão Kim. — Jungkook o cumprimentou amigavelmente, fazendo uma continência para o meio-irmão.

—Capitão Jeon. — Taehyung retribuiu a continência. Os dois se encararam por alguns segundos.