DOIS ANOS ANTES
DAEGU
Taehyung não queria voltar para casa, especialmente naquele fim de semana em que estava ocupado até os ossos. Havia muito a ser feito dentro do quartel: relatórios, reforma no refeitório, recepção de novos recrutas, sem mencionar nas transferências de cantores e atores famosos. Era preciso estratégia, paciência e inúmeros cuidados quando se tratava de artistas famosos: além dos empresários, havia fãs, stalkers, ex-namoradas e famílias extremamente irritantes, exigentes e grudentas. Era muita responsabilidade e ele não confiava no vice-capitão o suficiente para deixá-lo encarregado, o pirralho era inexperiente e atrapalhado e muito, muito bonzinho.
Sem sombra de dúvida ele preferia cuidar pessoalmente do seu quartel e dos seus soldados, mas, infelizmente, ele não teve alternativa. Era aniversário da sua madrasta. Se ele não comparecesse, o pai ficaria muito chateado e irritado e com certeza iria esfregar isso na sua cara pelo resto da vida, então, ele simplesmente optou por ir e se poupar daquele tormento sem fim.
Como de praxe, o seu irmão mais velho, Namjoon, ficou encarregado de realizar as relações diplomáticas dentro da família, atuando para evitar uma crise entre o capitão e o general, se voluntariando a ajudar nos preparativos da festa de aniversário da madrasta. Que Taehyung e a mãe de Jungkook não se gostavam, era óbvio, sempre foi óbvio, mas as coisas pioraram drasticamente após o incidente "Park Jimin", e para não discutir com a mais velha, o Kim mais novo preferia manter distância. Tudo o que ele precisava fazer era aturar alguns jantares e almoços, comparecer a festa de aniversário e posar para a foto de família e depois estaria dispensado para retornar ao quartel.
Ele bebeu mais um pouco do soju e então respirou fundo, puxando a banqueta para a frente, e em seguida gesticulou para o barman se aproximar.
—Noite difícil? — Perguntou, encarando o Kim atentamente. Seu tom era completamente desinteressado, o que significava que era parte do trabalho dele puxar conversa fiada com os clientes.
Taehyung deu de ombros e assentiu.
—Semana difícil. — Respondeu e o barman, cujo sobrenome era Jung, apenas assentiu numa falsa compreensão. Era uma via de mão dupla: ele não queria saber dos problemas de Taehyung, e Taehyung também não queria contar os seus problemas para ele, então, os dois se deram por satisfeito quando a conversa começou e morreu rapidamente.
O barman voltou-se para o homem ao seu lado e o Kim terminou de beber o soju, pedindo mais algumas garrafas. Minutos depois, o barman retornou com o seu pedido e eles trocaram um rude aceno de cabeça.
Taehyung continuou bebendo despreocupadamente, até reconhecer a voz animada e levemente bêbada de Woojin, que estava levando Woozi para comemorar o aniversário. Ele sorriu e acenou para os amigos, os convidando a se sentarem ao seu lado.
(...)
Do outro lado do bar, Félix arrastava o braço do primo com um sorriso divertido. Estava tocando um remix de uma música nova das Red Velvet e o bar/balada parecia relativamente mais cheio do que o de costume. Era a oportunidade perfeita para ir à caça.
—E que tal aquele cara ali? — Perguntou Félix para Yoongi, que estava com os cabelos pintados de azul. O Min sorriu maliciosamente.
—O Barman? Ele é bem gatinho. Nada mau.
—Não o ruivo, porra. — Félix revirou os olhos revoltado e gesticulou com a cabeça na direção do homem fardado, de cabeça raspada, que estava de costas para eles e mesmo de costas parecia muito mais gostoso do que todos os caras que eles já pegaram na vida. — O soldado ali.
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O Diabo Veste Farda II
Hayran Kurgucréditos da capa: nigohyu (wonderfuldesigns) Após anos fugindo do serviço militar obrigatório, Min Yoongi decidiu se alistar no exército na esperança de reconquistar o ex-namorado. Ele não imaginava se apaixonar perdidamente por seu capitão e ter s...