(Soraya)
-Simone, este é meu marido.
Ela, já coberta com seu lenço, estende a mão para cumprimentá-lo.
-Tudo bom? Como vai?
-Mais ou menos, Simone, já que minha esposa resolveu me omitir algumas informações. -Diz Carlos olhando para mim em tom de deboche.
-Meu querido, você se omitiu desde o momento que falou que não me apoiaria... Lá em Campo Grande, lembra? Por isso eu vim pra cá.
-Gente, desculpa, acho que essa é uma conversa particular. Vocês me dão licença que eu vou voltar pra festa. -Simone interrompe sem jeito ao presenciar o ocorrido.
-Desculpa, querida. Mais tarde a gente se fala. -Respondi.
Simone sai da sala e eu volto à procura das caixas.
-Soraya, eu sabia que você era safada, mas precisava pegar logo a prefeita da cidade? Não tem vergonha de ficar com mulher casada?
-Meu querido, eu não tenho vergonha de nada. Por que você acha que eu tenho um bar, um sex shop e um motel? Além do mais, você me traiu com várias, não tem autoridade de vir me acusar.
-Você sabe que isso não significou nada. Continuamos casados, você tem que respeitar nosso casamento.
-Do mesmo jeito que você respeitou? Ora, me poupe. Agora dê licença que vou levar os produtos pro meu cliente. Alguém aqui tem que trabalhar.
Carlos bufa e permanece estático na sala. Enquanto isso, pego a caixa de produtos e volto à festa.
-Aqui, querido. Tenho certeza que isso vai satisfazer suas necessidades. -Entrego os produtos e dou uma piscadela para o senhor que me solicitou as novidades da loja.
Ele abre um sorriso e dá a piscadela de volta, entregando a caixa para o que parecia ser um assessor. Agora eu tinha atraído a nata da cidade.
-Qual o valor, minha dama? -Pergunta o senhor.
-Passo os valores para seu gabinete, se preferir.
-Combinado. Moça esperta. Gosto da sua discrição.
Simone chega no meio da conversa e diz:
-Vejo que já conheceu o meu pai, Soraya.
Eu, tentando conter o espanto, respondo:
-Não sabia que era seu pai.
-Pois é. Ramez Tebet, Simone Tebet. -Ela aponta para o homem e depois para si mesma.
-Ah, então vocês são a família Tebet... Interessante. -Eu estava surpresa com essa informação e tentando não rir.
Simone não percebeu que eu estava fazendo entrega de produtos de sex shop ao seu pai. Imaginou que eu estava apenas cumprimentando o senador. Já o homem não sabia que eu havia beijado sua filha minutos antes. Eu me meto em cada situação.
-Vim me despedir. Já está ficando tarde e eu preciso colocar minhas filhas na cama. -Diz Simone.
-Não, está tão cedo ainda... Fica só mais um pouco. Vai ter show, apresentações... Você devia ficar um pouco mais.
-Preciso mesmo ir. Vim me despedir do meu pai e de você. Nos falamos depois, ok?
-Tá bom.
Acompanho-a até a porta, pois seu marido já a esperava no carro. Antes de sair para rua e alguém nos ver, pergunto:
-Tá tudo bem entre a gente?
-Claro. -Simone responde com a voz mirrada, olhando para baixo.
-Eu gostei que você veio. Mas eu quero que venha depois... sozinha.
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A dona do bar
FanfictionSoraya Thronicke, uma conhecida empresária, decide abrir uma rede de entretenimento para maiores de 18, incluindo uma casa noturna, um motel e um sex shop. Simone Tebet, uma mulher discreta e inexperiente nesses negócios, um dia decide ir à loja de...