Capítulo 6

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(Simone)

Voltei ao gabinete, mas só pra pegar umas coisas. Estava desnorteada, não conseguia pensar nem planejar mais nada. Avisei pro chefe de gabinete que ia embora. Ao chegar em casa, Eduardo trouxe as crianças da escola e só por isso eu lembrei da existência dele. Havia esquecido completamente. 

Brinquei com minhas filhas um pouco antes de jantar e perguntei como foi o dia delas... Fazia tempo que não conversávamos tanto. Que incrível, minha fuga era correr pra elas... Tadinhas, nem tinham idade pra entender os problemas da mãe. Escolheram a historinha que queriam ouvir mais tarde antes de dormir e eu elogiei o bom gosto delas, mesmo sendo a milésima vez que escolhiam a mesma.

Jantamos, e, como sempre, conversamos sobre o dia na mesa. Nada parecia igual. Tudo na mesa era o mesmo, até a refeição era a que costumávamos comer, mas eu não me sentia a mesma. O relance dos olhos de Soraya me olhando de baixo pra cima pairava na minha cabeça. Vinha o pensamento e de repente eu lembrava que estava em casa.

Eu tentava afastar isso da mente, eu olhava pro sorriso das meninas. Elas me iluminavam. Mas não tinha como negar que esse navio já zarpou. Não tinha como voltar atrás. Eu já tinha embarcado numa aventura sem colete salva vidas e estava me afogando. Mas o problema não era só esse... é que eu estava gostando.

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No dia seguinte

Depois das atividades do dia, saí do gabinete um pouco mais cedo e decidi ir encontrar Soraya na loja. Assim, sem avisar, porque geralmente ela quem chegava de supetão e eu queria pegá-la desprevenida. Ao estacionar o carro, pensei por uns segundos no que eu estava fazendo, mas não durou muito, porque logo em seguida eu já estava abrindo a porta da loja. 

-Boa noite. -Ela olhou surpresa pra mim, falando como se eu fosse uma ilustre convidada. 

-Boa noite, querida. Como vai? -Disse eu tentando fingir normalidade.

-A que devo a honra de sua visita?

-Você disse que se eu quisesse conhecer mais produtos, eu deveria vir. Aqui estou.

-Hum... Interessante, mas eu já estou fechando. Será que a cliente não pode voltar outro dia?

-Ah, bom saber... Virei em direção à porta e girei a chave duas vezes, trancando-a. -Então quer dizer que você já está livre?

-Eita... Senhora prefeita, eu não sabia que você estava tão curiosa assim pelos produtos. 

-Eu não paro de pensar na tarde de ontem. Acho que estou enlouquecendo. 

-Criei um monstro. 

Soraya se aproxima de mim e me puxa pelo cinto. Eu sinto seu corpo quente grudar no meu de novo. Ela passa seu nariz sobre meu pescoço e me cheira, me fazendo arrepiar. 

-Sor-...

-Fica quieta.

Ela começa a chupar a região e eu suspiro, agarrando seu corpo contra mim. Ela dá vários chupões fracos e passa os dentes sobre a minha pele, sem morder. Eu rezei pra que ela não mordesse, porque eu não saberia explicar isso depois. Ela atrapalha meus pensamentos, quando diz:

-Quero ver você pelada pra mim.

Eu fiquei imóvel por um segundo e logo em seguida minha reação foi puxá-la pra sala de brinquedos especiais que ela havia me mostrado.

-Tira a blusa. -Ela ordena.

Eu fui tirando o cinto pra desensacar a blusa e desabotoar, mas ela me interrompe e fala no meu ouvido:

A dona do barOnde histórias criam vida. Descubra agora