𝗦𝗨𝗡𝗦𝗛𝗜𝗡𝗘, ɢʜᴀʀᴅ.

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𝗠𝗔𝗥𝗜𝗔 𝗧𝗘𝗥𝗘𝗭𝗔
𝘱𝘰𝘪𝘯𝘵 𝘰𝘧 𝘷𝘪𝘦𝘸

—— por isso que eu digo que você deveria vir para São Paulo. Aqui você teria mais oportunidades. — minha melhor amiga diz enquanto organiza sua mala

comentei com ela que já recusei duas propostas de emprego, só esse mês! Mesmo estando desesperada atrás de um trabalho tive que recusar, por serem em SP fico com um pé atrás de ir. Principalmente pelas empresas serem de uma aparência duvidosa.

—— não fala do meu RJ. — murmuro mexendo a comida na panela —— fico com um pé atrás em ir. — compartilho ajeitando meu celular para que ela consiga me ver pela chamada de vídeo, mesmo que a morena esteja ocupada arrumando suas coisas

—— me dê três motivos! — pede soltando a blusa que dobrava e pondo as mãos na cintura; me olhando como se dissesse "quero só ver"

—— bom, primeiro tem a estabilidade. Segundo, comprei recentemente meu apartamento e não comprei nem toda mobília ainda. E terceiro... — fico muda por alguns segundos e congelo

será que se eu fingir que travou ela acredita?

—— Maitê, eu tô ouvindo o barulho do macarrão, nem adianta. — ela ri voltando a dobrar suas roupas e solto uma risada

—— tá, okay, agora esfrega na minha cara os prós. — apresso já sabendo que ela fará isso

—— você tem a mim, sem contar que pode morar comigo se precisar, eu nem fico tanto tempo aqui. E convenhamos que todas as dez propostas que você recusou só nesses últimos meses são todas para cá. — pontua e suspiro, ela realmente tem razão —— acho que é um sinal.

—— tudo bem, prometo que a próxima proposta que receber irei pensar com carinho, vossa graça. — afirmo lhe dando certeza, arrancando uma risada da morena pelo termo que usei para me referir a ela

—— faça isso e qualquer coisa me liga, tô indo bebê! Beijo, bejo'. — mando um beijo pra ela e aceno, tendo a chamada encerrada logo em seguida

realmente, não sei o que acontece por todas as propostas que recebi serem de São Paulo. As que tive aqui no Rio, assim que fui fazer uma entrevista disseram que entrariam em contato comigo, e bom, até agora nada.

eu amo meu Rio de Janeiro. Mesmo não tendo nascido aqui, morar em um lugar por dez anos é bastante coisa.

saio dos meus pensamentos ao escutar meu celular tocar, vejo o visor da tela e sorrio ao ver o nome de Lennon.

—— fala minha parceira, e aí? Como cê' tá? — pergunta ajeitando seu cabelo pela chamada, também de vídeo

—— tô de boa, e você? Que que manda pra me ligar assim de repente? — questiono desligando o fogo do meu delicioso macarrão cremoso e fico na ponta dos pés para alcançar a cumbuca no armário em cima do balcão

—— eu te mandei mensagem mas tu não viu, então decidi ligar. Só assim pra falar contigo. — ouço sua risada mediante ao que eu havia falado e sei que ele se segurou para não soltar alguma ironia em resposta

—— passa a visão colega, o que você precisa de tão urgente? — ponho o macarrão no pote de cerâmica sentindo minha barriga se contorcer de tão faminta que estou

—— vou fazer um corre hoje e preciso que cê' cubra pra mim. — L7 diz enquanto pego meu celular junto com o garfo e a cumbuca me dirigindo para a sala, onde passava um filme na tv