CAPÍTULO QUATRO

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DeMarcus

— O que há com você?— Tre pergunta enquanto eu falo com ele pela décima vez esta manhã. Tudo está me afetando. Eu não posso evitar.

— Só...— Eu praticamente rosno. Respiro fundo, fecho os olhos e tento me concentrar.Sem uso.

Tudo está girando loucamente fora de controle. Minha mente. Os meus objetivos. Minha vida. Tudo está quebrado.

— É aquela garota?— Tre pergunta com cuidado enquanto me observa agarrar a mesa com tanta força que meus dedos escuros ficam brancos.

— Minha garota.

— O quê?

— Não aquela garota. Minha garota. Ela me pertence.

— Você nem sabe o nome dela.

Suas palavras são um punhal em meu coração. Eles magoam. Dor física real.Como posso não saber o nome dela? Como ela pode estar lá fora no mundo onde eu não posso encontrá-la?

Procurei nos perfis do Facebook nos últimos três dias tentando encontrá-la, mas não consegui. Eu não tenho um nome. Não tenho nada além de arrependimento e dor.

Estou completamente obcecado por ela e não sei como lidar com todos esses sentimentos possessivos que tenho.Como você administra sentimentos possessivos quando a coisa que você precisa possuir está fora de seu alcance? Como você lida com
sentimentos de proteção por alguém quando eles não estão em sua vida para proteger?Vou passar a vida inteira tentando descobrir essas questões.

— Você quer que eu remarque?— Tre pergunta enquanto olha ao redor da sala de conferências vazia.

— Não,— eu resmungo. Já estamos aqui e não é como se essas emoções intensas fossem embora tão cedo. Provavelmente estarei me sentindo tão
nervosa no meu leito de morte quanto me sinto agora.— Vamos acabar logo com isso.

A porta se abre e uma mulher branca mais velha com cabelos loiros e olhos azuis afiados entra.

— Elba,— ela diz com a mão estendida. — É um
prazer te conhecer.

Eu me levanto e aperto sua mão com um aceno de cabeça.a vejo entrar.Ela tem um sorriso tímido no rosto enquanto eu a encaro, atordoada.

Seus olhos castanhos brilhantes voam para os meus e depois caem no chão enquanto suas bochechas caramelo ficam um pouco mais escuras. Eu nunca tiro meus olhos dela enquanto ela caminha ao redor da grande mesa e fica ao lado de seu chefe.

— DeMarcus,— Tre sussurra enquanto me cutuca com o cotovelo. —Pegue seu maldito queixo da mesa.

Eu me pego e balanço minha mente de volta ao presente.Ela estende sua pequena mão sobre a mesa e eu engulo em seco enquanto olho para ela.

— Prazer em conhecê-lo, Sr. Elba, — diz ela com
uma voz tão doce que envia arrepios correndo pela minha espinha. — Meu nome é Ayana Lockett.

— Ayana, — eu sussurro enquanto pego sua mão na minha. Minha mão é tão grande em comparação com a dela que eu praticamente a engulo.

Cathy começa a falar de novo, algo sobre nos dar as boas-vindas ao MREX, mas não consigo ouvir as palavras. Eles são todos estrondosos e silenciosos como se eu estivesse debaixo d'água.

Não consigo me concentrar em nada além de sua mão macia na minha e do jeito que ela está sorrindo timidamente. Faz meu coração doer assistir.

O cotovelo duro de Tre em minhas costelas me puxa de volta à realidade.Ela gentilmente puxa sua mão, tentando se libertar, mas eu não estou pronta para soltá-la. Nem agora, nem nunca.

Indefeso por elaOnde histórias criam vida. Descubra agora