Capítulo 12: Carinhoso

22 3 5
                                    

Desde a infância de Phop, ele nunca foi contra a vontade dos pais. Contanto que as coisas não se tornassem insuportáveis, ele faria qualquer coisa para retribuir a seus pais. Mas às vezes as coisas simplesmente não podem ser perdidas, especialmente se forem coisas que o amarrarão pelo resto da vida.

Como amor...

Quando Phop subiu as escadas, seus pais estavam sentados no pavilhão. Os dois nem sequer olharam para Phop, ignorando-o completamente. Seu pai bateu forte com a bengala no chão e rapidamente entrou no quarto com as costas dobradas. Sua mãe olhou para Phop decepcionada e depois balançou a cabeça fracamente.

Quando Phop insiste em seguir seus próprios desejos, as reações de seus pais divergem do que ele esperava. Phop sabia que sua recusa em ter um relacionamento com Wanna não seria aceita e seu pai ficaria muito decepcionado com ele. Não foi diferente de dar um tapa na cara de Phraya. No entanto, ele havia pensado nessa decisão um milhão de vezes. Ele não podia deixar esse assunto se arrastar até que fosse tarde demais, então correu para casa para implorar perdão a Phraya e Wanna.

Ele recebeu muitas reprimendas, mas depois que todos os motivos foram explicados, Phraya entendeu claramente. Nenhum pai que ama a filha gostaria que ela vivesse com um homem que não a ama. Portanto, Than Phraya concordou em cancelar imediatamente o noivado.

"Mae Wanna, phi sente muito..."

Phop abaixou a cabeça na direção da garota cuja expressão era sombria. Mesmo com lágrimas brotando de seus olhos, ela ainda era forte o suficiente para forçar um sorriso, dizendo a Phop que o havia perdoado. Phop se sentiu culpado por ter que fazer chorar uma jovem que ele sempre amou como sua irmã, mas preferia ofendê-la de agora em diante do que manter Wanna preso em uma vida inteira de sofrimento.

Ele nunca será capaz de amar Wanna, porque já existe outra pessoa em seu coração.

_______________

As tardes de fim de semana são o momento em que Phop revisa a escrita e a leitura de seu pequeno nong. Ele sentou-se e observou Klao copiar o vocabulário em seu caderno, parecendo muito atento enquanto escrevia as palavras de acordo com as instruções.

Phop observava o dono daquele rosto meigo, os olhos cheios de determinação, nariz pontudo com uma curva suave na ponta, lábios lindos que se apertavam levemente quando ele pensava. Todas essas coisas fizeram com que ele, um jovem que não era bom no amor, se sentisse tão obcecado. Quanto mais o tempo passava, quanto mais perto ele chegava de Klao, mais Phop conseguia sentir a doçura transbordando em seu coração, até não conseguir mais tirar os olhos do garoto.

"P'Phop."

"..."

"P'Phop?" o menino repetiu depois de não ver nenhuma resposta do homem sentado à sua frente.

Phop limpou a garganta suavemente e se sentiu um pouco envergonhado, quando percebeu que estava tão distraído olhando para o rosto doce de Klao que não conseguia ouvir Klao chamando-o.

"Você já terminou?"

"Sim." Sua mão esguia estendeu o caderno para Phop examinar.

Embora Klao tenha esquecido muitas coisas, ele ainda aprendia rápido, como antes. Hoje, não existem mais palavras com erros ortográficos.

"Sem erros. Muito bom." Phop o elogiou e recebeu em troca um sorriso brilhante. Aquele sorriso fez seu coração bater mais rápido, fazendo com que seus olhos vagassem involuntariamente.

"Então de agora em diante não preciso mais aprender a ler e escrever, né?"

Essa pergunta deixou Phop em silêncio por um momento. Ele devolveu seu caderno para Klao e disse calmamente ao menino que o olhava ansiosamente:

Amor de outro mundo Onde histórias criam vida. Descubra agora