Capítulo 14: Retirada

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Ao longo de seus vinte e um anos de vida, Phop experimentou diversas formas de amor. Ele ama e estima seus pais, irmãos e amigos. Este é um tipo de amor altruísta. Mas recentemente, Phop encontrou um amor bem diferente, que virou sua vida de cabeça para baixo. Antes um jovem quieto e prático, ele agora é consumido por pensamentos e emoções caóticas e inebriantes, ansiando constantemente pela pessoa que preenche sua mente.

À medida que a tarde se aproximava e seu dia de trabalho estava quase no fim, Phop terminou sua patrulha e se reuniu com o comandante para apresentar seu relatório diário de incidentes. No entanto, ele não conseguiu se concentrar hoje. Cada vez que tentava escrever, lembranças da noite anterior inundavam sua mente. Ele se lembrava claramente do toque suave de seus narizes roçando as bochechas um do outro, os lábios carnudos de Klao tentando-o a se aproximar e se divertir. Ele tentou esconder o sorriso, mas não pôde evitar.

"Than Muen, Than Muen... Senhor?", Gritou um de seus subordinados, interrompendo seus pensamentos.

"Sim, o que houve?" Phop respondeu, tentando esconder o sorriso incontrolável que se formou em seu rosto ao lembrar do ocorrido.

"Deve ter acontecido alguma coisa agradável com você. Faz tempo que você não para de sorrir", comentou um dos coronéis. Ele pareceu se divertir com a expressão de Phop, fazendo com que Phop se perguntasse se ele conseguiu esconder o sorriso. Mais provável que não. Ele deve ter deixado escapar um sorriso enquanto escrevia seu relatório, fazendo com que outros suspeitassem dele.

"Algo parecido." Phop riu em resposta, mas seus colegas, intrigados com sua atitude, pressionaram-no por uma explicação.

"Foi o que pensei! Seu sorriso é tão fofo. Deve ser sobre uma jovem! Quem é ela?" um deles perguntou, presumindo que Phop tivesse se apaixonado por uma mulher.

"Não exatamente", Phop corrigiu sua suposição, com um leve sorriso ainda estampado em seu rosto. Seu coração não pertence a uma mulher, mas a um doce jovem que mora em sua própria casa.

Seus subordinados continuam a interrogá-lo, mas Phop sabe que este não é o momento certo para revelar a verdade sobre seus sentimentos a ninguém. Ele educadamente encerrou a conversa e voltou a escrever seu relatório, embora seus pensamentos continuassem voltando para a pessoa que ocupava seus pensamentos.

Em meio à doçura e fascínio que sentiu na noite anterior, havia também uma pitada de desconforto. Klao, com suas bochechas e orelhas vermelhas, já dava sinais de retribuir os sentimentos de Phop. No entanto, ele também parece estar em negação, tentando evitar ficar sozinho perto dele. Klao agiu indiferente mesmo quando Phop estava brincando com ele claramente.

Parecia mais compreensível se este fosse o jovem Klao que estava quieto e escondia suas emoções antes de se mudar para a cidade de Phichit. Mas este novo Klao é diferente. Ele é honesto e aberto, falando o que pensa livremente. Mesmo assim, ele ainda não aceitou ou rejeitou diretamente os sentimentos de Phop. Isso é confuso. Se Phop não tivesse fingido se afogar na noite passada, provavelmente não teria tido a chance de se aproximar de Klao.

"Oh, Muen Phop, você está indo embora?" uma voz profunda e familiar o cumprimentou enquanto ele saía do regimento em direção às docas para voltar para casa. Phop deixou momentaneamente de lado seus pensamentos e concentrou seu olhar na figura de seu companheiro que se aproximava. Ele acenou com a cabeça em reconhecimento, cumprimentando-a antes de responder calmamente.

"Sim, como você está, Muen Harn?"

"Acabei de voltar da patrulha. Tenho sorte que aqueles bandidos não causaram muitos problemas hoje enquanto eu estava fazendo anotações. Caso contrário, talvez eu tenha que ir e voltar para escrever um longo relatório", respondeu Muen Harn, suspirando enquanto ele mencionou a situação dos gângsteres. Isso lembra Phop de um problema não resolvido sobre o qual ele está pensando.

"Falando em gangsters, Muen Harn, percebi que Ai'Cherd tem estado muito quieto ultimamente. Que estranho", Phop expressou a pergunta que permanecia em sua mente há algum tempo. O Mercado Pak Klong costuma ser um lugar regular para Ai'Cherd e sua gangue, causando problemas em sua área duas a três vezes por mês. Sempre há brigas e conflitos devido ao seu envolvimento. Mas estranhamente não tem havido nenhuma atividade ultimamente. Algo deu errado.

"Bem, alguns de seus subordinados foram recentemente presos por tráfico de ópio. É natural que ele seja mais cuidadoso", respondeu Muen Harn com indiferença, como se não achasse isso muito preocupante. Phop ficou surpreso por um momento, mas continuou fazendo mais perguntas quando Harn não disse mais nada.

"Você está de olho em Ai'Cherd? Você notou algum comportamento incomum?"

"Na verdade não, mas designei meus subordinados para monitorá-lo de perto. Até agora, nada parece estranho. Ele bebe bebidas alcoólicas como de costume e ocasionalmente se envolve em pequenas disputas e violações de regras", respondeu Muen Harn, aparentemente despreocupado.

"É assim mesmo?" Phop disse, sua voz soando incrédula. Harn suspirou e deu um tapinha gentil em seu ombro.

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