As árvores emergiam uma floresta fechada que impedia a entrada de luminosidade da lua que já brilhava no céu escarlate.
A floresta permanecia em ruídos estranhos, mas naquele momento, Rubens não ligava nem um pouco para eles. O que menos desejava aparecer naquela mata, por mais indução que fosse, com certeza se tornou presente.
O perigo maior estava a sua frente.
A figura trazia traços de sarcasmo no sorriso esbanjador. O tronco inquieto, direcionado a ele. Parecia prestes a pular em sua direção. Delegava que ali era o seu lar e que ele estava invadindo o seu espaço. Filtrando o seu ser da melhor maneira possível, com um sorriso de canto e as mãos arranhando a madeira da porta.
Estimulava-o a achar que era bem-vindo ali, que precisava fazer algo para ajudar a garotinha que achara. Mas o feitiço durou pouco, apenas por um momento banal. Sua consciência voltou antes que se aproximasse de mais da escadaria infestada pelas bonecas fantasmagóricas.
Rubens se culpa por ter uma automática preocupação em ajudar a garota que em sua cabeça, provavelmente estaria perdida.
Mas ele retorna a pensar nas aparições e no seu passado que já se tornaram para ele apenas momentos de flashes, emoções e somente isso.
Ele se sentia confuso. Mas certo estava de não se aproximar, isso ele tinha total garantia.
Retorna a pensar que essa garota seja mais uma aparição. De mais perto ele pode finalmente notar a real identidade da figura sepulcral.
O clarão da lua invadiu a escuridão total. Trazendo luz a vastidão da mata, entregando agora em mais detalhes tudo o que o umbroso aterrador ocluso escondia na vegetação.
Reparando melhor, as pupilas da garota saltitavam de seus olhos, pulsavam como se tivesse em sanidade negativa, como se já tivesse marcada por vivências aterrorizantes além do suficiente. Os olhos obscuros, como diamante negro. Ofuscados, pareciam já ter perdido a cor há muito tempo.
O olhar intimidava e o desafiava, brincava com ele assim como se brinca com uma de suas bonecas. Algumas com vestidos de algodão, outras com chapeuzinhos de renda e macacão Jeans. Pouco aparentáveis , mas todas em perfeita conservação.
Ela ousava sair de onde estava, o testava com os olhos e com o sorriso que já se entortava, mostrando os dentes amarelados.
__Então você chegou? - A garotinha finalmente o revela a sua voz após uma década. Após uma juventude inteira.
A voz era cortada em timbre suspirante . Melancólica voz. Voz fria. Um corpo sem alma, sem sentimentos ou indícios de algum sentido. Uma voz desconhecida para o mundo mortal.
Rubens estava aterrorizado de mais em tirar os olhos da menina. Não queria a perder de vista e ser surpreendido em sua retaguarda. Mais preparado do que nunca para quando esse momento chegar, conseguir fugir as pressas até a saída do lote.
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O Caso de Rosalinne Orssow
Horror"Lembro- me bem do dia traumático que vivi. Eu tinha um pouco menos de 8 anos. Como qualquer criança, eu gostava muito de brincar. Sempre em uma rua perto da minha casa, me encontrava com amigos que moravam por perto, onde em frente à essa rua havi...