18 | POMBO-CORREIO

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Taylor optou pelo rosa na manhã de quinta-feira em que foi visitar o pai. Ela usava uma jaqueta tweed vintage, rosa e branca com botões dourados, junto com um minivestido e botas brancas brilhantes. Ela usava Chanel da cabeça aos pés e tinha um monte de anéis nos dedos, todos em ouro, combinando perfeitamente com o brinco simples que usava.

Keith estacionou o SUV do outro lado da rua e Taylor saiu com uma cesta de piquenique nas mãos. Ela caminhou em passos altos até o portão principal e, assim que passou, cumprimentou o único guarda que estava ali na frente. Mais à frente, arrastando a porta de vidro, Taylor entrou de vez no complexo, mas antes de seguir para a ala onde Scott passava seus dias, ela parou para ser "revistada". Taylor passou a cesta pela esteira e caminhou em direção ao detector de metais. A máquina apitou, mas ninguém realmente se importou.

Um dos agentes, que cuidava pessoalmente de Scott, caminhou até Taylor e parou perto do balcão de entrada, onde outra mulher organizava quem entrava e quem saía.

— Olá, Srta. Swift — ela acenou — Ele acordou com seus pássaros esta manhã.

— Espero que você esteja falando do tipo com penas.

— Você sabe muito bem o que quero dizer — a agente, que tinha uma xícara de café nas mãos, tomou um gole de parte do líquido e depois respirou com desinteresse — Continue. Você conhece o caminho.

Taylor conhecia mesmo. Em vez de ir em direção à "sala de estar", ela foi até onde Scott tinha seu cercado de criação de pombos-correio – logo ali, no terraço. Ele era um homem antiquado em alguns aspectos e, por mais que insistisse em avançar com a produção em si e com toda a questão das fazendas de ervas, ele tinha pontos como esse que nunca mudavam. Ele criava pombos desde o fim dos anos 90, e os usava.

— Como você está, minha querida? — Scott disse, de dentro da enorme estrutura de madeira que havia sido construída para acomodar uma dúzia de pombos.

— Estou bem — Taylor sorriu suavemente — Você está bem, pai?

Ela caminhou de um lado a outro do espaço, até chegar à mesa de madeira que havia sido colocada não muito longe da saída do criadouro. Taylor apoiou a cesta de piquenique ali.

— Estou ótimo — garantiu Scott — Você nunca vai adivinhar de onde veio esse amiguinho.

— De onde? — Taylor perguntou. Ela olhou para o pombo para o qual Scott estava acenando e viu o homem mais velho sorrir para o animal.

— Avignon.

— Por que alguém trocaria o sul da França por uma prisão em Brixton está além da minha compreensão — disse a mais nova, irônica o suficiente para arrancar uma risada de seu pai em resposta.

— Sim, bem, são instintos de retorno, não é? E você não pode substituí-lo — disse Scott, contornando o criadouro e arrastando a porta, passando pelo espaço fechado entre o criadouro e a saída, até ficar de frente para Taylor. Ele estava usando um terno sob medida, em um grafite profundo, com a camisa azul clara e um lenço preto com detalhes marrom no pescoço  — O que você tem aí? — perguntou ele, após se inclinar para abraçar a filha.

— Só um brunch — ela respondeu.

Scott abriu a cesta e viu uma Foccacia tradicional bem embrulhada em papel. Ele sorriu ao imagem, e desembrulhou a comida, cheirando ela de longe.

— Ah, o melhor cheiro do mundo.

— Bem, você tem que aproveitar as coisas boas da vida.

— Sim, minha querida. Eu concordo — ele ergueu o olhar para a filha e fez sinal para a cadeira à frente para que ela se sentasse. Foi o que Taylor fez, vendo Scott a seguindo — E para que serve o espumante? Estamos comemorando?

COLD WARS | TAYLOR SWIFT X OCOnde histórias criam vida. Descubra agora