Eu procuro confiança e eu encontro em você
Todo dia para nós, algo novo
Mente aberta para uma visão diferente
E nada mais importa-Metallica
Já está quase na hora de dar o veredito ao meu pai. Estou com a farda completa, no palco, esperando que todos cheguem e se acomodem. Vejo meus amigos me encarando, tentando ler algo pela minha expressão facial. Garanto que não conseguiram ler nada.
Depois que todos estavam sentados, comecei a falar.
— Bom dia a todos aqui presentes. Irei direto ao ponto, sem rodeios. Não irei me explicar nem contar a história novamente. Espero que todos tenham lido o e-mail que enviei hoje, contando algumas informações importantes que justifiquem o que farei hoje... Estou aqui na frente por ser o Tenente mais antigo do Fort e não por ser filho do Capitão Smith. Todos aqui sabem da história do sequestro, do resgate e todo o resto... Abri meu coração pela primeira vez e contei a vocês sobre minha mãe através desse e-mail. Sei que havia várias histórias circulando pelo Fort sobre minha mãe, e confesso que nunca quis interferir, e que nunca imaginei que teria que contar o que realmente aconteceu, até porque nem eu sabia da verdade.
— Quero que tragam o Capitão aqui, e peço que o grande Capitão Smith não abra a boca — fiz sinal para trazerem meu pai ao palco.
Meu pai não disse uma palavra.
— Estou aqui como Tenente e não como filho. Nosso Capitão Smith é uma grande farsa! E o destino dele será como ele nos ensinou. — Respirei fundo e gritei o lema que meu pai tanto gostava.
— AOS QUE MATAM E SEQUESTRAM!!
— É SEM PIEDADE!!! — O estrondoso grito ecoou por toda a base, arrepiando-me por completo.
— Agora, eu encarrego a vocês de darem um fim nele... Dou carta branca a vocês cortem, cuspam na cara dele, arranquem as bolas, desmembrem e tudo que a criatividade de vocês mandar...
Virei as costas e saí caminhando. Enquanto descia lentamente do palco, ouvi os passos dos soldados subindo correndo na direção do meu genitor. Enquanto caminhava em direção à porta, os gritos, os barulhos de facas e coisas quebrando pararam. Eu ouvia apenas os gritos merecidos e doloridos de meu pai.
Não sinto absolutamente nada em relação ao meu pai. Nunca gostei de mentiras e pessoas falsas, mas eu sinto por mim. Fui enganado mais uma vez pela vida. Sinto-me um tremendo idiota. Minha vida toda foi uma mentira, e eu achava que amava um pai que nunca existiu. Miller deve ter mentido sobre tudo na vida dele, e eu nem quero saber mais o que ele escondia. Só quero ir na antiga casa onde morávamos, desenterrar minha mãe, conhecer meus avós, já que só tenho eles e Pierre. Acho que darei uma chance a eles na minha vida, apesar de achar que posso estragar tudo.
Estou tão decepcionado, tão frustrado. É como se todas as minhas certezas tivessem sido arrancadas de mim de uma só vez. Sempre pensei que meu pai fosse um exemplo perfeito para eu me espelhar , alguém em quem eu podia confiar, mas agora percebo que ele era apenas uma fachada, uma ilusão , um personagem cuidadosamente montado por ele. A sensação de traição é esmagadora. Como pude ser tão cego?
Será que sou capaz de ter algo real?
Sempre me achei um cara incompleto. Nunca entendi direito o amor e sempre desconfiei das pessoas que se aproximaram de mim, com medo de ser abandonado. Quando tentava confiar, a pessoa saía da minha vida sem dizer nada. Era sempre frustrante me decepcionar com os outros e sentir como se eu estivesse quebrado, porque todo mundo sempre conseguia ter uma relação boa com tudo e todos, menos eu.
Mas uma vez li: "Talvez você seja um péssimo jardim. Por isso as borboletas se foram." No meu caso, as borboletas nem ficam muito tempo. Cheguei à conclusão de que o problema está em mim e talvez eu nunca seja feliz como uma pessoa normal.
Meu eu de outra vida devia ser um desgraçado, e estou pagando por tudo o que ele fez.
Então é isso. Eu, James Lecrerc Smith, nunca encontrarei o amor da minha vida, nem nunca serei feliz. Por mais que o que eu sinto por Elena seja forte e mexa comigo, não sei se é amor.
Como alguém que nunca foi amado vai saber o que é amor?
Não quero quebrá-la. Apesar de tudo que sei, acredito que ela também não está inteira. E aquela doida não bate bem da cabeça. Pensar nela assim me fez soltar um riso nasalado. Quando me dei conta, já estava no corredor dos dormitórios, prestes a entrar no meu.
— Ei! — Henri gritou. Com ele estavam Karen e Elena. Eles se aproximaram devagar, e eu não gostei nem um pouco do olhar que Henri e Karen me deram; era um olhar de pena. Eu não quero que sintam pena de mim. Já Elena... ela estava furiosa. Fiz uma cara de ponto de interrogação para ela, pois imaginava receber qualquer coisa: um olhar de pena, tristeza, compaixão... Mas não de raiva.
— E eu, James? Não era pra você dar minha sentença também? — Eu disse, louca, louca.
— Credo, Elena, você quer morrer é? — Disse Karen logo depois de dar um tapa no ombro daquela maluca. Eu ri alto, e eles me olharam com muita estranheza.
Eu não queria falar sobre o que acabou de acontecer, então qualquer coisa servia, e Elena me surpreendeu mais uma vez.
— Deixa ela, Karen. Eu sei mais do que ninguém que essa maluca não bate bem das ideias. Eu não quero falar sobre o que aconteceu ainda, então se vieram aqui pra isso... Não precisa, gente, mas eu agradeço mesmo assim.
— Se precisar de algo, pode falar comigo, cara. E a Karen é ótima com conselhos.
— Sou mesmo.
— Então é por isso que você e Elena são amigas? — Eles me olharam pensativos. — São duas convencidas.
Eu e Henri rimos bastante. As meninas não gostaram, mas fazer o quê.
— James é o sujo que fala do mal lavado. — Ai, como eu gosto desse atrevimento dela.
— Sim, amiga... Agora, acho que vocês dois têm que conversar — ela apontou para mim e Elena. — Vem, amor — ela puxou o Henri pela mão. — E não se matem, quero vocês dois no meu casamento.
— E eu quero ir no casamento de vocês dois como padrinho ainda — Henri falou antes dos dois sumirem pelo corredor.
Eu e Elena nos olhamos por um tempo e eu quebrei o gelo.
— Você quer conversar agora?
— Pode ser.
— Vem, entra aí — eu abri a porta para entrarmos. Ela se sentou na minha cama e eu tranquei a porta, porque não queria ser incomodado de maneira nenhuma... Nós demoramos muito para conversar e precisamos nos acertar logo.
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E ai pessoal? Estou fazendo de tudo para melhorar minha escrita.
E agora? O que será do nosso casal?
E Miller já era
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No caminho da Guerra
RomanceElena Clarke é uma fisioterapeuta e tenente no exército brasileiro, ela é ótima com armas brancas. Mas um dia ela é chamada pelo seu superior que faz uma proposta fora do comum : ela pode atuar no exercito britânico. James Smith, um tenente as...