07. A Queda

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Ele demorou demais. Harry estava bem ciente disso enquanto mancava em direção à Torre da Grifinória. Não foi seu único erro. Teddy encontrou a pequena muleta encolhida de Harry em seu bolso e, preocupado com a possibilidade de colocá-la na boca e engasgar com ela, Harry rapidamente a transformou em um chocalho. Felizmente, Andrômeda não percebeu que Harry havia trazido pequenos objetos perigosos com ele, mas Harry havia deixado a muleta para trás.

E então eles sentaram e jantaram enquanto Teddy dormia, e Harry abriu o assunto que Andrômeda continuava se recusando a abordar. Deus, ela era tão teimosa e orgulhosa. Os genes da família Black eram um verdadeiro horror. Ela estava com um orçamento apertado – isso era óbvio. Ela teve que largar o emprego para cuidar de Teddy. Ela alegou que tinha muitas economias e que as necessidades (e não necessidades) que Harry comprou para Teddy eram mais que suficientes, mas ela era frugal demais para que isso fosse verdade, e Harry tinha vislumbrado cadernos trouxas com muitas despesas sublinhadas.

Ele iria cansá-la; Ele estava certo disso. Ela não era um dos Weasley que se recusava a aceitar caridade. Harry tinha uma responsabilidade para com seu afilhado e não deixaria que ela tirasse isso dele.

Sua perna estava começando a latejar novamente. Era mais fácil suportar as noites em que ele ficava deitado; ele passou as últimas duas horas sentado em uma cadeira e discutindo.

Mais alguns passos e... Deus, Draco estava na sala comunal da Grifinória? Eles não fizeram nenhum arranjo. Harry não sabia quanto tempo ele ficaria fora. Seria estranho pedir a alguém que fosse buscá-lo? Isso o faria parecer desesperado. Mas ele estava desesperado.

Ele falou a senha e o retrato da Mulher Gorda se abriu. No momento em que entrou na sala comunal, a dor desapareceu. Foi uma verdadeira maravilha como Draco conseguiu se materializar ao lado dele em um segundo. Como se ele tivesse aparatado. Ele agarrou a mão de Harry, dizendo algo sobre a muleta, repreendendo-o por ter ficado ausente por tanto tempo. Harry se inclinou para frente para pressionar sua testa contra a de Draco, e Draco parou de falar. Foi uma felicidade. Sem choques de prazer; Draco estava muito preocupado. Apenas aquela sensação maravilhosa de estar aconchegado em algum lugar seguro e quente.

— Não estamos sozinhos — Draco sussurrou.

Harry estava ciente disso; naquele momento ele não se importou. Ele não tinha certeza se Draco se importava ou se o aviso era para Harry. Ele se endireitou com relutância; ele precisava se sentar de qualquer maneira.

Draco estava franzindo a testa; ele parecia tão preocupado. Harry queria beijar aquela carranca.

— Da próxima vez — Draco disse, — eu vou com você. Vou usar Polissuco e me transformar em um Weasley se for preciso.

— Você pode ficar com um pouco do meu cabelo! — Ginny gritou. Draco não tinha sido silencioso o suficiente.

— Você seria minha primeira escolha. Como você adivinhou? — Draco disse em voz alta.

Harry teve que se perguntar quanto tempo Draco ficou aqui, sozinho com os Grifinórios, preocupado e sendo provocado por isso. O pensamento o fez sorrir.

— Você não parece muito bem, cara — Ron disse enquanto Harry e Draco se sentavam no sofá.

— Na verdade, você parece — Hermione rebateu. — Essa é uma camisa muito bonita.

— Eu escolhi — Ginny se gabou.

Ela fez. Ela o fez comprar muitas roupas um dia. Foi insuportável experimentar inúmeras roupas, mas ele não se importou em finalmente jogar fora as coisas antigas de Dudley.

Draco estava olhando para a camisa agora como se ela o ofendesse, mas parou quando Harry apertou sua mão e sorriu.

— Sério — Ron disse, — está tudo bem com Teddy?

Beholden | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora