05. A Esperança

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— Eu tenho um primo — disse Dean enquanto todos se preparavam para dormir. — Distante. Ele é um idiota. Mas isso é irrelevante. A mãe dele... não somos parentes. O pai dele era primo em segundo grau da minha mãe. Bem, ele está morto. Ela se casou novamente.

— Isso é relevante? — Seamus estava lutando com a calça do pijama, parecendo muito bêbado. Eles estavam todos bêbados.

Dean teve que pensar sobre isso.

— Não. O que quero dizer é que a mãe dele é muito chata. Sempre fala nessas frases, parece um cartão de férias ambulante. Mas o trabalho dela é conversar com as pessoas. E, aparentemente, isso as ajuda.

Ron estava sentado em sua cama, seminu e carrancudo.

— Você está dizendo que deveríamos dar um cartão de Natal para Malfoy ou que ele deveria falar com a mãe do seu primo?

— Não. — Dean parecia indignado. — Estou dizendo que é o trabalho dela. Ela é... uh, uma psiquiatra, é como eles os chamam. Estou dizendo, estou perguntando se existe um psi... uau, essa é uma palavra difícil. Existe algo assim no Mundo Mágico?

Ah. Dean realmente tinha um ponto relacionado. Harry também ficou um pouco perdido. Eles estavam discutindo Draco, seu comportamento estranho, o pesadelo que ele teve mais cedo, e então Dean começou a falar sobre seu primo.

— Não, não existe um equivalente mágico — disse Neville, parecendo seguro de si. Ele não estava muito bêbado; ele raramente ficava. — Eu investiguei isso uma vez. Profissionais de saúde mental, tanto trouxas quanto bruxos. O melhor que temos são curandeiros no St. Mungos que lidam com danos mágicos que afetam a mente.

É claro que Neville investigou isso. Tentando ajudar seus pais.

— Então deveríamos todos conversar com a mãe do primo de Dean — declarou Harry.

Dean parecia irracionalmente irritado.

— Não ela especificamente. Alguém como ela.

— Depende. — Seamus finalmente vestiu o pijama. — Ela é gostosa?

É claro que isso deixou Dean muito irritado, e a atração de Seamus por mulheres mais velhas foi mencionada de maneira grosseira, mas Harry perdeu o resto da discussão porque ficou incompreensível e ele parou de ouvir.

Neville se aproximou, fazendo uma careta com o barulho que Dean e Seamus estavam fazendo.

— Eles têm poções para isso — ele disse a Harry. — Ansiedade, depressão. Vocês sabem todas as coisas que Madame Pomfrey provavelmente disse a vocês, mas vocês decidiram que Firewhisky era a resposta.

— Sim, é! — Ron disse alegremente.

Harry balançou a cabeça para Ron, mas então sorriu para Neville.

— Eu não me preocuparia muito com o Firewhiskey. Veja, acho que estamos sendo bastante responsáveis. Isso apenas torna mais fácil conversar. Acho que esse é o ponto. Temos um ao outro com quem conversar e Draco é apenas... Ele não tem mais amigos e mesmo que tivesse, esses amigos eram como ele, idiotas preconceituosos, mas não viam as coisas que ele via.

— Quero dizer, essa é uma escolha dele — disse Neville. — Não ter amigos. Estamos sendo extraordinariamente legais com ele. É mais fácil do que pensei que seria. Ele está fazendo uma coisa boa para você e não está sendo um idiota quando estamos todos juntos, mas ele não fala e ignora nós, é a escolha dele.

— Talvez você pudesse dizer a ele que ele deveria tentar aquelas poções — Harry sugeriu atrevidamente.

— Você é o grande e corajoso herói. — Neville sorriu. — Eu simplesmente decapito cobras.

Beholden | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora