01. A dolorosa verdade

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Blaise limpou a mão com um lenço.

— Pelo menos acabou rapidamente — disse ele. O lenço era feito de seda branca e fina e estava obviamente limpo.

— Não acredito que você fez isso — Pansy disse, olhando ansiosamente para o outro lado da Plataforma Nove e Três Quartos, onde um pequeno exército de estudantes mantinha Potter cativo contra a entrada da plataforma. Eles estavam positivamente tentando atropelar um ao outro na pressa de apertar a mão de Potter.

Blaise suspirou.

— Também não consigo acreditar. As coisas que fazemos pela nossa reputação. — Ele examinou a mão e deu-lhe outro polimento rápido.

Draco tentou esconder sua irritação. Ele realmente tentou.

— Se a maldição é contagiosa, você não pode limpá-la, entende?

— A menos que ele não tenha sido amaldiçoado, apenas cheio de germes. — Blaise enfiou o lenço no bolso.

— Você está tentando me assustar — disse Pansy. — Você quer ser o único Sonserino especial que apertou sua mão.

— Daphne apertou a mão dele. — Blaise se inclinou, o olhar percorrendo a plataforma fingindo alarme. — Ela não foi vista desde então.

— Na verdade, estou bem aqui.

Todos se viraram para olhar para trás. Daphne Greengrass estava realmente ali – perto, mas não muito perto. Draco a tinha visto antes. Ela estava com a irmã, Astoria, mas agora estava sozinha.

— E alguns outros sonserinos apertaram a mão dele — acrescentou ela.

Ela estava com seu baú, Draco notou. Bem, isso elevou o número de sonserinos que retornaram para... dois. Draco se perguntou qual seria o raciocínio dela; ele tinha o dele, ela devia ter o dela.

Pansy notou seu baú também.

— Você está fazendo o ano de novo? — ela perguntou, não muito amigável. Daphne costumava sair com eles, especialmente com Pansy, embora não nos últimos dois anos, e Pansy certamente guardava rancor. — Para quê? Você sempre teve notas decentes.

Daphne sempre teve notas excelentes. Ela era de fato a última pessoa que Draco esperaria retornar, junto com ele, mas aqui estavam eles. Não faria mal a Pansy fazer o ano novamente, mas ela não se importava com seus NIEMs. Blaise se preocupava, mas ele, como os demais, ainda podia fazer os testes. Os governadores da escola até prometeram organizar exames depois do Natal para todos que participaram no ano passado e se sentiam prontos para fazer os exames. Eles também ofereceram a biblioteca de Hogwarts para os alunos usarem, independentemente de estarem ou não fazendo as aulas novamente. Passar o ano inteiro em Hogwarts era reconhecidamente desnecessário. Pelo menos para os Sonserinos e os sangues puros de outras Casas - aqueles que não haviam se rebelado no ano anterior.

Dafne encolheu os ombros. Ela pegou seu baú.

— Eu deveria embarcar. — Ela deu a Draco um olhar passageiro. — Até mais, eu acho.

Oh. Ela deve ter percebido que Draco estava voltando também e gravitou em direção a ele. Talvez esperando que Draco dissesse alguma coisa. Eles não eram amigos. Pelo que Draco sabia, ela sempre não gostou dele.

— Pelo menos você terá companhia — Pansy comentou. — Tal como é.

Draco tentou decidir se estava feliz ou chateado por Pansy não voltar. Ela poderia ser divertida, ela poderia ser irritante. Sem ela, ele estava sozinho.

— Vá em frente — disse ele. — Vá apertar a mão de Potter. É por isso que você está aqui.

Ela lançou-lhe um olhar magoado.

Beholden | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora