02. A Maldição Cruciatus

1K 99 40
                                    

Draco olhou para o teto. Sua mente era uma confusão de imagens que não faziam muito sentido. Ele estava na ala hospitalar; ele estava com fome, isso estava claro. Ele lembrou que estava no depósito de poções com Potter, e Potter estava furiosamente excitado, o que era bizarro, e Draco estava simplesmente irritado, o que era bastante normal. E então todos estavam atirando feitiços nele, o que era compreensível porque Potter havia fugido como se Draco tivesse tentado matá-lo.

E então... Draco sentiu-se como uma lesma, uma lesma viscosa presa no chão, deslizando para frente com uma lentidão insuportável. Então alguém algemou seus pés? Mas ele estava flutuando nas nuvens.

Dê a ele o antídoto.

Draco se levantou em sua cama. Um antídoto para quê? Alguém o envenenou? Não, não, Potter estava sentado na cama, segurando o tornozelo de Draco. Que estranho.

Eu esperava que você dissesse algo gentil.

Dê a ele o antídoto.

Quem disse isso?

O que você realmente queria?

Oh não. Potter estava fazendo perguntas e Draco respondia. Ele estava respondendo, com a cabeça nas nuvens.

Um soro da verdade. Eles deram a ele um maldito soro da verdade. As memórias vieram à tona naquela época. Mais pessoas estavam aqui. Slughorn, Granger e Weasley.

Porque estou sujo.

Bom Deus. Draco saiu da cama, procurando furiosamente por suas roupas e varinha. Não havia roupas à vista, apenas uma bata de hospital amarrada nas costas, mal cobrindo sua bunda. Não importava. Ele encontrou sua varinha, seus sapatos e saiu correndo em direção às masmorras.

Foda-se Potter. Foda-se Hogwarts. E fodam-se os NIEMs. O que ele faria com eles, afinal? Ninguém contrataria um Malfoy, exceto o tipo de pessoa para quem Draco não queria trabalhar. Ele poderia viver do ouro que sua mãe lhe daria caso seu pai recusasse. Oh inferno. Ele poderia se casar com Pansy. Por que não? Havia destinos piores.

— Posso ver sua bunda, querido — gritou um retrato atrás dele.

— Deleite seus olhos enquanto pode, senhora — ele gritou de volta.

A sala comunal estava escura e vazia, e Draco correu para seu dormitório. Ele acendeu a luz no momento em que entrou no quarto e foi direto para a cama, lutando para tirar o baú de debaixo dela. Ele jogou-o na cama e ele abriu com um estalo.

— Draco? — Daphne se materializou na porta, envolta em um roupão azul escuro. Draco tinha falado muito alto. — O que você está fazendo?

Draco a ignorou. Não houve tempo para dobrar e embalar adequadamente. Ele juntou uma braçada de roupas e jogou no baú.

— Você foi expulso? — Dafne perguntou.

Draco riu um pouco histericamente, tentando juntar as meias.

— Não sei. Não me importo. Vou embora de qualquer maneira. — Ele foi expulso? Potter provavelmente disse a eles que Draco o agrediu ou algo assim, o que Draco meio que fez, mas então eles o questionaram e... Draco disse coisas estúpidas. Disse-lhes que ele estava sujo. Contou a verdade. Mas ainda. Ele disse isso em voz alta. Não foi justo. Ele era um Oclumente. Ele deveria ter lutado contra eles. Eles o pegaram desprevenido ou algo assim?

— O que você fez com Potter?

— Quando eu descobrir, eu vou... Bem, não vou te contar porque não estarei aqui. — Onde estava seu manto? Sua capa de viagem. Estava debaixo da cama?

Beholden | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora