Dois stalkers.
Dois assassinos.
Duas almas que se reencontram em meio ao caos.
Nos recantos esquecidos de Baltimore, Maryland, Lana Berger é uma garota à deriva, engolida por uma obsessão que cresce como uma sombra silenciosa, tão inescapáve...
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1740 palavras
Ivan havia chegado mais rápido do que deveria.
O pânico subia pela minha garganta enquanto eu olhava para Charlotte, frágil e pálida, tentando segurar o pouco de vida que ainda restava nela. As palavras de Ivan ecoavam na minha cabeça como uma ordem que eu não podia ignorar.
— Ligue para a polícia, Lana. Agora.
Eu parei. Tudo o que fiz nesses últimos meses pesou novamente sobre meus ombros, como um fardo insuportável. Eu estava incapaz, presa pelos meus erros.
— Eu não posso — sussurrei.
Ivan parou ao lado do corpo do homem, franzindo a testa ao me encarar. Ele não entendia, é claro. Eu nunca tinha contado nada a ele. Mas as palavras da minha tia ainda ecoavam na minha mente como um aviso.
— Eu não posso falar com a polícia — levantei-me, falando mais alto, tentando soar mais confiante. — Pensa em outra coisa.
Eu via nos olhos dele que ele queria perguntar. Assim como eu queria saber o que ele estava fazendo ali, tão perto, quando deveria estar a quilômetros de distância. Mas não era hora para perguntas. Não tínhamos tempo.
— Não temos tempo pra pensar — disse ele, desviando os olhos para o corpo no chão antes de erguê-lo até o ombro com uma facilidade impressionante.
Quase como se já estivesse acostumado a fazer isso.
— O que você vai fazer? — questionei, em alerta.
Ele virou-se para mim por um momento, apontando para Charlotte, que ainda estava caída no chão, pressionando o ferimento no abdômen.
— Ela vai ligar para a ambulância — Foi tudo o que disse antes de sair carregando o corpo pela porta dos fundos.
Suspirei. Precisava de alguns segundos para pensar no que fazer.
Peguei o celular de Charlotte no balcão e me ajoelhei ao lado dela.
— Me desculpa — sussurrei, olhando para o estado ensanguentado dela. — Mas você precisa ligar, precisa fingir que eu não estive aqui… consegue fazer isso?
Parecia absurdo até para mim.
— Ah, droga…! — murmurou ela, apoiando-se em um braço enquanto se ajeitava, encostando-se aos pés da cadeira. — Você me deve uma explicação — resmungou, agarrando o celular com dificuldade.