𝙻𝙸𝚅𝚁𝙴-𝚂𝙴 |48

20 5 46
                                    

1740 palavras

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

1740 palavras


  Ivan havia chegado mais rápido do que deveria. 

  O pânico subia pela minha garganta enquanto eu olhava para Charlotte, frágil e pálida, tentando segurar o pouco de vida que ainda restava nela. As palavras de Ivan ecoavam na minha cabeça como uma ordem que eu não podia ignorar. 

— Ligue para a polícia, Lana. Agora. 

  Eu parei. Tudo o que fiz nesses últimos meses pesou novamente sobre meus ombros, como um fardo insuportável. Eu estava incapaz, presa pelos meus erros. 

— Eu não posso — sussurrei. 

  Ivan parou ao lado do corpo do homem, franzindo a testa ao me encarar. Ele não entendia, é claro. Eu nunca tinha contado nada a ele. Mas as palavras da minha tia ainda ecoavam na minha mente como um aviso. 

— Eu não posso falar com a polícia — levantei-me, falando mais alto, tentando soar mais confiante. — Pensa em outra coisa. 

  Eu via nos olhos dele que ele queria perguntar. Assim como eu queria saber o que ele estava fazendo ali, tão perto, quando deveria estar a quilômetros de distância. Mas não era hora para perguntas. Não tínhamos tempo. 

— Não temos tempo pra pensar — disse ele, desviando os olhos para o corpo no chão antes de erguê-lo até o ombro com uma facilidade impressionante. 

  Quase como se já estivesse acostumado a fazer isso. 

— O que você vai fazer? — questionei, em alerta. 

  Ele virou-se para mim por um momento, apontando para Charlotte, que ainda estava caída no chão, pressionando o ferimento no abdômen. 

— Ela vai ligar para a ambulância  — Foi tudo o que disse antes de sair carregando o corpo pela porta dos fundos.

  Suspirei. Precisava de alguns segundos para pensar no que fazer. 

  Peguei o celular de Charlotte no balcão e me ajoelhei ao lado dela. 

— Me desculpa — sussurrei, olhando para o estado ensanguentado dela. — Mas você precisa ligar, precisa fingir que eu não estive aqui… consegue fazer isso? 

  Parecia absurdo até para mim. 

— Ah, droga…! — murmurou ela, apoiando-se em um braço enquanto se ajeitava, encostando-se aos pés da cadeira. — Você me deve uma explicação — resmungou, agarrando o celular com dificuldade. 

INDELÉVEL-"Querido Diário" de Lana Berger Onde histórias criam vida. Descubra agora