Dois stalkers.
Dois assassinos.
Duas almas que se reencontram em meio ao caos.
Nos recantos esquecidos de Baltimore, Maryland, Lana Berger é uma garota à deriva, engolida por uma obsessão que cresce como uma sombra silenciosa, tão inescapáve...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
2332 palavras
Eram por volta das sete da manhã, mas o clima não estava frio o suficiente para me impedir de tomar o café só de toalha. Antes que eu pudesse correr para o quarto e continuar me arrumando, ouvi batidas leves na porta, seguidas pela voz de Charlotte.
— Bom dia! — Assim que abri a porta, sorri para ela, segurando a toalha com uma mão e, com a outra, uma xícara cheia de café.
— Bom dia... — Ela me olhou com os olhos semicerrados. — A Lana que eu conheço nunca sorri de manhã cedo. Quem é você? — perguntou, entrando e fechando a porta atrás de si.
Dei de ombros.
— Não posso só estar feliz? — Caminhei até a cozinha para tirar as torradas da torradeira.
Charlotte deu um meio sorriso, desconfiada, mas não respondeu à minha pergunta.
— Eu vim me arrumar e pegar minhas coisas — disse, apontando com o polegar em direção ao quarto.
— Fique à vontade — respondi despreocupada, levando uma das torradas à boca.
Antes que ela pudesse desaparecer do meu campo de visão, meus olhos se arregalaram, e eu quase cuspi a torrada. Larguei a xícara sobre o balcão e corri atrás dela.
— Agora entendi o bom humor repentino — murmurou, com uma expressão de surpresa evidente, parando no batente da porta e olhando fixamente para a cama quebrada.
Senti o constrangimento queimar meu rosto enquanto parava ao lado dela. Agarrando a amarra da toalha, quase como um gesto nervoso, tentei dizer algo, mas tudo que saiu foi uma respiração entrecortada e vergonhosa.
— Eu estava precisando mesmo de uma nova... — Foi a única coisa que consegui dizer, e soou absurdamente ridículo em voz alta.
Charlotte me olhou com os lábios entreabertos e um olhar crítico, balançando a cabeça devagar, em um gesto claramente irônico.
— Ah, sim... E só por isso quebrou ela, né? — Quase sorriu, como se zombasse de mim.
Puxei o ar com força pelo nariz, balançando a cabeça positivamente e forçando uma expressão confiante.
— É isso aí.
Nós duas voltamos a olhar para a cama.
— O Ivan já voltou? — perguntou, franzindo a testa.