𝙾 𝙰𝚃𝙰𝚀𝚄𝙴 |47

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2332 palavras

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2332 palavras

  Eram por volta das sete da manhã, mas o clima não estava frio o suficiente para me impedir de tomar o café só de toalha. Antes que eu pudesse correr para o quarto e continuar me arrumando, ouvi batidas leves na porta, seguidas pela voz de Charlotte.

— Bom dia! — Assim que abri a porta, sorri para ela, segurando a toalha com uma mão e, com a outra, uma xícara cheia de café.

— Bom dia... — Ela me olhou com os olhos semicerrados. — A Lana que eu conheço nunca sorri de manhã cedo. Quem é você? — perguntou, entrando e fechando a porta atrás de si.

  Dei de ombros.

— Não posso só estar feliz? — Caminhei até a cozinha para tirar as torradas da torradeira.

  Charlotte deu um meio sorriso, desconfiada, mas não respondeu à minha pergunta.

— Eu vim me arrumar e pegar minhas coisas — disse, apontando com o polegar em direção ao quarto.

— Fique à vontade — respondi despreocupada, levando uma das torradas à boca.

  Antes que ela pudesse desaparecer do meu campo de visão, meus olhos se arregalaram, e eu quase cuspi a torrada. Larguei a xícara sobre o balcão e corri atrás dela.

— Agora entendi o bom humor repentino — murmurou, com uma expressão de surpresa evidente, parando no batente da porta e olhando fixamente para a cama quebrada.

  Senti o constrangimento queimar meu rosto enquanto parava ao lado dela. Agarrando a amarra da toalha, quase como um gesto nervoso, tentei dizer algo, mas tudo que saiu foi uma respiração entrecortada e vergonhosa.

— Eu estava precisando mesmo de uma nova... — Foi a única coisa que consegui dizer, e soou absurdamente ridículo em voz alta.

  Charlotte me olhou com os lábios entreabertos e um olhar crítico, balançando a cabeça devagar, em um gesto claramente irônico.

— Ah, sim... E só por isso quebrou ela, né? — Quase sorriu, como se zombasse de mim.

  Puxei o ar com força pelo nariz, balançando a cabeça positivamente e forçando uma expressão confiante.

— É isso aí.

  Nós duas voltamos a olhar para a cama.

— O Ivan já voltou? — perguntou, franzindo a testa.

  Relaxei os ombros.

INDELÉVEL-"Querido Diário" de Lana Berger Onde histórias criam vida. Descubra agora