𝔓𝔞𝔦𝔫 𝔬𝔣 𝔏𝔬𝔳𝔢 - 𝕿𝖔𝖒 𝕶𝖆𝖚𝖑𝖎𝖙𝖟

20 • Don't let us crush

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Um grande silêncio, algo que nunca me ocorreu antes, uma dor torturante na barriga, e quando eu vi, eu já estava caindo, com a mão na ferida

A última coisa que vi, foi Tom, ele me impediu de cair e me pegou em seu colo, e depois disso, ouve somente um escuro, um silêncio enlouquecedor

Será que foi isso que meu pai sentiu? E minha mãe? Será que ambos estiveram nesse vazio em suas mentes antes de partirem?

Onde está os flashbacks? Eu gostaria de ver minha vida passar diante de meus olhos, assim eu poderia olhar nos lindos olhos claros da minha mãe, poderia abraçar Klaus com um pai, poderia dizer a meu pai que o amo, poderia beijar Tom mais uma vez, brincaria com os garotos denovo

E talvez, poderia ter sido diferente, eu poderia ter demonstrado tudo oque eu sentia

Eu me sentia tão sozinha, tão vazia, eu não ouvia nada, não via nada, e não conseguia dizer uma palavra sequer

Eu realmente morri? Depois de tudo oque eu aguentei, iria acabar assim?

Eu estava prestes a começar a vida calma e normal que eu tanto sonhei, o meu pesadelo vivo tinha acabado, Klaus tinha morrido, e eu iria com ele? Eu não quero acompanhar ele até o inferno, aquele monstro tem que queimar sozinho, eu não fiz metade do que ele fez

Todo aquele silêncio me deixava louca, eu odiava aquilo, não ver nada, e não poder fazer nada, eu me sentia presa

Aos poucos eu consegui sentir a ponta de meus dedos, depois minhas mãos, e logo após, pude escutar meus batimentos, e então a luz no fim do túnel, eu estava aos poucos abrindo meus olhos

Uma claridade invadiu, fazendo meus olhos se fecharem novamente, mas então eu os abri totalmente, tendo a visão de um quarto totalmente branco, e um "pip" de alguma máquina

Eu estava viva?

Quando olhei em volta do quarto vi Bill, ele era o único ali, seus olhos estava vermelhos e ele estava com a cabeça baixa, não estava usando suas roupas habituais, estava vestido formalmente

- Bill? - o chamei, e ele me olhou e se levantou

- sinto muito Lucy.. - ele falou triste e vi uma lágrima passear por sua bochecha, ele estava chorando

- Bill oque aconteceu? - minha voz estava fraca e rouca

- nos vamos embora Lucy, é melhor para você que não nos veja mais - ele abaixou novamente a cabeça e saiu do quarto, não me dando chance para falar nada

- ei! Bill! Como assim ?! - eu tentei o chamar, e no impulso me levantei da minha cama, indo até a janela, eu abri um pouco a janela e vi todos os garotos ali

Bill se aproxima a de Tom, e o mesmo negava seu toque, parecia estar desapontado com o irmão, Bill disse algo como " Você que tomou essa decisão" e saiu do hospital, os outros dois garotos apenas chamavam Tom para ir também, mas ele não dizia nada, estava apenas de cabeça baixa, quando eles começaram a andar e sair do meu campo de visão, eu gritei um "não" e bati no vidro, na esperança de algum deles voltar para me abraçar ou me acalmar, mas isso só fez Tom me olhar, seus olhos estavam mais vermelhos do que os de seu gêmeo, entregando que ele havia chorado também

Aos poucos, seu olhar se separou do meu, quando ele passou por uma porta, e eu não os vi mais

Um médico entrou no meu quarto minutos depois, e falou que eu tinha dormido por dois dias, e que aqueles garotos não saíram daqui

Eu comecei a chorar, eu não queria perdê-los, queria que eles ficasse comigo, mas isso foi uma decisão deles

Naquele mesmo dia eu tive alta, e peguei um taxi diretamente para a casa dos garotos, não tinha mais segurança no portão e nem na porta, a casa estava vazia e gelada, as lembranças me consumiam assim como aquele silêncio, eu subi até o quarto de Tom, vendo que eles não levaram muita coisa

O guarda roupa de Tom estava repleto de camisas, e o de Bill, tinha alguns acessórios, o de Georg tinham muitos produtos para cabelo, e Gustav estava com alguns perfumes

Eu corri para o meu quarto e peguei uma mala, coloquei algumas roupas minhas e o resto da mala, completei com as coisas deles, enquanto minhas lágrimas molharam algums coisas, eu fechei a mala e coloquei em uma bolsa todos os meu documentos, pequei a mala e desci para o andar de baixo, sobre a bancada tinha uma caixinha branca, eu a pequei e abri, e então não pude ficar de pé, as lágrimas escorriam sem para, era um colar de prata com um girassol como pingente, eu sabia que tinha sido Tom, e ele sabia que eu viria até aqui, todos eles sabiam, por isso, sem uns aos outros saber, deixaram algo pra mim

Eu me sentei no chão apoiada na bancada, e chorei, chorei tanto que meus olhos ficaram inchados e vermelhos, depois de umas duas horas eu me levantei, e fui até o escritório, da casa toda somente esse cômodo estava vazio, eu caminhei até o outro lado da mesa, vendo uma única gaveta ali, e a abri, tinha uma grande quantidade de dinheiro, eu peguei e fui até a sala, com a sensação de nostalgia e saudade, eu saí da casa, com a minha mala, e pedi um taxi, até o aeroporto

Eu faria oque não fiz por todos esses anos, eu comprei uma passagem, e depois de uma hora e meia, eu embarquei, para minha cidade Natal, o lugar de onde eu vim, e fugi durante toda minha vida

Quando o avião pousou, já estava escurecendo, eu ainda lembrava do endereço, então usei mais um pouco do dinheiro para chegar até lá, e parei em frente

A velha casa, de madeira, onde se esconde tantos segredos e coisas que destroem o psicológico de qualquer um

Essa cidade não tem notícias minhas desde que minha mãe morreu, e agora eu estava aqui novamente, para superar tudo, inclusive meus pesadelos e conflitos em minha mente

Vamos acabar logo com a porra toda, já estou cansada

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• 1031

• tá chegando perto do fim

• eu sei que nunca pedi antes, mas deixe sua estrelinha, isso realmente ajuda muito