"Stay on the ground until your knees hurt
No more praying, baby, I'ma be your preacher
And I'll keep leading you on."
- Church, Chase Atlantic.
As diferenças do mundo eram claras. Enquanto Jay lutava para sobreviver sendo...
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Jay Wester pov.
- Vai cobrir mais um turno, Jay ? — perguntou Will, desviando o olhar de seu jornal. – Estamos sem pessoal hoje, você sabe como é...
- Claro, Will. — sorri amarelo, sentindo meu rosto torcer em uma careta a medida que eu me virava.
- Ele está sendo um babaca ? — perguntou Jesper me encarando.
- Você não pode usar essa palavra. — o encarei enquanto limpava o balcão de mogno.
- Mas babaca não é palavrão. — rebateu ele, e eu realmente queria rir disso.
- Mas é uma palavra feia, e garotinhos de oito anos não podem usar palavras feias. — respondi e ele bufou, voltando a pintar seu desenho de um dinossauro destruidor gigante.
Vi o salão da lanchonete ainda cheio de clientes e suspirei, sentindo as bolhas em meus pés, assim como provavelmente um pouco de mostarda também.
- Eu já volto. — baguncei o cabelo de Jasper, pegando o bloquinho e uma caneta.
Jasper era meu irmão mais novo, quase treze anos mais novo. Também era meu colega de quarto, e tecnicamente um filho em tempo integral.
O mundo para órfãos era miserável e feio, e eu tinha aprendido isso muito cedo, quando aos quatorze anos, quando minha mãe decidiu nos abandonar em um apartamento repleto apenas de cereal e algumas jujubas. E desde então, eu vi minha vida exatamente como eu imaginava, sem esperanças.
Chorei por uma semana, enquanto Jasper também chorava em meus braços, sendo um bebê com uma irmã que nem ao menos sabia trocar sua fralda decentemente.
Nos últimos seis anos, eu havia aprendido a trocar fraldas, e não apenas isso. Eu havia aprendido a fugir da assistência social com a ajuda de alguns vizinhos, a fazer deveres de casa infantis, compras, e principalmente nos últimos anos, a aceitar trabalhos horríveis que pudessem trazer comida para casa.
- Seja bem vindo ao Willy's! — sorri forçado, posicionando o bloco em minhas mãos. – O que gostariam de pedir ?
...
- Ei, Jazz! — balancei o garotinho a minha frente, me odiando por fazê-lo esperar até tão tarde em um banco de lanchonete. – Vamos embora, sim ?
