Capítulo 7

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Estar ao lado de Kim Taehyung é muito bom, nos mais variados aspectos. Estar agarrado a ele, debaixo das cobertas, enquanto comemos pipoca, bebemos refrigerante e colocamos em dia nossa série favorita, é uma das minhas melhores definições de momento perfeito.

Um momento que não tenho com ele desde que perdi meu pai e passei a dedicar meu tempo e minha vida ao meu trabalho e nada além. Estar aqui, agora, com ele, me faz perceber que meu pai definitivamente definharia se me visse nos últimos dias. Ele só me quis na empresa quando eu o disse que era uma escolha minha estar lá, mas sempre me deixou confortável o suficiente para saber que ela não deveria ser minha prioridade.

Eu e minha mãe éramos a prioridade dele, sempre. Mesmo se ele tivesse uma reunião importante, ele desmarcaria por mim. Como em um evento de dia dos pais, onde fizemos uma peça de teatro e eu era uma caixa de fósforos. Sim, uma caixa de fósforos. Meu pai cancelou uma reunião para admirar e aplaudir uma caixinha qualquer de fósforos.

Mas o ponto principal, nem é esse, e sim de que eu também preciso me priorizar. A saudade dói, e muito, todos os dias. No entanto, eu já entendi que é só ela que terei dele daqui para frente, junto com as memórias, as lembranças do que vivemos juntos. Eu vivi vinte anos muito bons ao lado dele e posso dizer, veemente, que se eu for dois por cento do que ele foi como pai, eu serei o segundo melhor do mundo.

O primeiro ainda será ele.

— Goo, eu sei que estou mais emotivo do que normalmente sou, mas eu quero dizer uma coisa a você. — Tae quebra o silêncio, me fazendo o encarar. — Eu agradeço todos os dias por aquele momento em que eu conheci você. Você é a melhor amizade que eu já tive e é a minha pessoa no mundo. Não digo de alma gêmea, nem de modo romântico, mas... você é a minha pessoa.

— Você também é a minha, Tetê. E, sinceramente, eu teria me perdido de mim mesmo se não fosse a sua presença e a certeza que me faz ter de que eu não estou sozinho, não importa o que aconteça. — Declaro a ele, segurando sua mão sobre o balde de pipocas. — Eu estou ao seu lado, sempre.

Ele apenas concorda, sorri e se aconchega em meu ombro mais uma vez. Sua mão livre está acariciando sua barriga sem nenhum volume e eu me pego sorrindo ao notar isso. Mesmo que Seokjin não queira um filho e a situação seja extremamente dolorosa, ver meu melhor amigo realizar o sonho de ter um bebê é uma das melhores sensações possíveis.  

— Preciso contar algo. — Digo segundos depois, sentindo um friozinho na barriga ao pensar nisso.

— Jimin te beijou? — Ele sorri.

— Você anda lendo muitos livros de romance. — Reviro os olhos. — Eu o dei carona, e como forma de agradecimento ele me convidou para um jantar. E não, não é um encontro.

— Já prevejo vocês dois juntos. — Ele dá um gritinho. — Se os dois quiserem, claro. E lembre de saber a opinião dele sobre filhos antes de vocês começarem algo, porque sei que também é um desejo seu ter ao menos um bebê.

— Tetê, é só um jantar entre amigos. — Digo, claramente tentando me convencer. — Vamos ver como vai ser.

Mas é óbvio que dizer isso não diminui o meu nervosismo, nem essa noite e nem nas seguintes. Eu só fico mais e mais ansioso com a possibilidade do que está por vir. Apesar de que eu adoro estar com Jimin desde que o descobri um homem companheiro e tão atencioso, ainda sinto medo do que podemos desenvolver.

E tenho mais medo ainda de estar sentindo isso sozinho, de estar nutrindo algum tipo de sentimento unilateral por ele.

Mas isso só o tempo vai me deixar claro, e eu não pretendo estragar a oportunidade por medo. Se eu perceber que estou sentindo mais do que devo, vou frear isso um pouco. Não sei dizer, ainda é tudo confuso em minha mente.

Pink Luv | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora