Capítulo 9

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Park Jimin

Eu gostaria de não precisar ir até um cemitério para que me sentisse um pouco mais próximo das duas pessoas que mais amei ao longo da minha vida. E eu ainda sou jovem, mas os amei tão intensamente, que a saudade nunca, nunca mesmo, parece se reduzir.

Jungkook está comigo, e isso não reduz nem um pouco o aperto no meu peito, ou como me sinto sobre as memórias que quase me assombram. Eu me mostro forte para as pessoas, porque tenho medo de desabar em frente a alguém que me julgaria. Mas com Jungkook, eu não tenho esse receio. Ele me passa segurança. Mesmo que eu tenha me tornado um porto seguro para ele, sei que ele não se importaria de me ver fragilizado.

Jungkook talvez seja a minha pessoa favorita no mundo atualmente.

Eu sei que eu fui a muitos encontros com diferentes ômegas nos últimos anos, e eu não me arrependo de ter tentado encontrar um amor. Mas uma vez o Sr. Jeon, meu falecido chefe, me disse que o amor era cor-de-rosa e que estava diante meus olhos. Eu não entendi prontamente, até perceber a cor dos fios de cabelo de seu filho e, no mesmo dia, ter o conhecido pessoalmente.

Jungkook sempre esteve ali, próximo a mim, ao menos nos últimos sete anos.

Eu demorei sete anos para ter coragem de chamá-lo para sair.

Agora que andamos próximos, com seu braço enlaçado ao meu, parece que a nossa junção foi tão natural quanto o dia virar noite. Ainda estamos nos aproximando, afetivamente quero dizer, mas sei que estamos evoluindo do jeito mais gostoso que poderia. Quando estou com ele, eu simplesmente não sinto pressa de correr.

Eu vi Jungkook poucas vezes antes do episódio que tirou até o último resquício de autocontrole que me habitava. E sequer foi diretamente por culpa dele. Jungkook teve seu primeiro cio dentro da empresa, e eu o ajudei a sair de lá em segurança, eu o segurei em meus braços, o dei meu calor e o meu cheiro em forma de proteção.

O seu cheiro de cereja é delicioso, sempre foi, mas ele não foi atraente ao meu lobo na época. Obviamente há razões, considerando a nossa pequena diferença de idade e o fato de que ele tinha unicamente quatorze anos, mas a principal razão para o meu descontrole foi o instinto de o proteger e a quantidade de alfas babacas (homens e mulheres) que quiseram ou ao menos tentaram tirá-lo de mim.

E tirá-lo dos meus braços não era uma opção. Naquele momento, eu o protegi, e eu o protegi porque, talvez, no fundo, eu sabia que sempre o protegeria.

Atualmente, sempre que sinto seu cheirinho de cereja, eu tenho vontade de grudar o rosto em seu pescoço e sentir mais e mais, porque é absurdo de tão delicioso, me inebria, me enlouquece, me deixa perdido.

Jungkook faz uma bagunça enorme dentro de mim e sequer parece perceber todo o efeito que tem.

Quando paramos três corredores à frente de onde fica o túmulo do pai de Jungkook, eu o percebo perplexo, em total choque com o que ele se depara: a lápide de Park Jiwoon e Park Minseok; meus pais.

— Jimin hyung, eu sinto muito, eu não... eu não sabia. — Jungkook se vira na minha direção, e eu sinto sua dor quando ele me abraça.

Essa não é a primeira vez que nos abraçamos, eu o acalmei de algumas crises usando meus braços como conforto. Ainda assim, a cada vez que esse gesto se repete, eu sinto mais sensações novas, distintas e avassaladoras. Dessa vez, a diferença que se parece, é porque Jungkook é quem parece querer me confortar, quando sempre que tivemos esse contato foi em uma situação contrária.

— Você também carrega dor em seu peito, mas sempre encontra um jeito de me fazer enxergar o lado positivo da situação. — Ele murmura, amuado.

— É porque eu sei que não posso reverter o que houve. — Eu sussurro. — Eu estava aqui quando enxerguei você, seus cabelos são impossíveis de não se reconhecer. Eu precisei me aproximar, mas só invadi seu espaço quando percebi que você precisava de alguém.

Pink Luv | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora