Capítulo 4

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— Como está a cerejinha mais linda da minha vida?

A voz de Taehyung ecoa pelo banheiro, e eu apenas viro o rosto na sua direção para receber como visão um dos sorrisos que mais me confortam no mundo.

Não é como se eu realmente tivesse deixado a porta do apartamento destrancada, claro, mas meu melhor amigo sabe muito bem a senha e não tem um pingo de vergonha de adentrar o banheiro enquanto estou no banho.

— Você podia ter esperado eu sair. — Resmungo, fazendo bico apenas para ele se aproximar da banheira e fazer o melhor carinho nos meus cabelos molhados.

— Em minha defesa, só vim atrás porque não ouvi barulho algum. Se ouvisse a água caindo no chão, eu não teria entrado.

— Nem você acredita nisso. — Rebato.

Ele reclama atrás de mim e declara que sou um idiota, mas que sentiu minha falta e por isso correu para voltar mais cedo que o previsto. Na sequência, eu escoro a cabeça na beirada da banheira e nós ficamos em silêncio, com ele acariciando meus cabelos de modo gentil e carinhoso. É tão gostoso, que eu poderia ronronar diante seu toque.

Taehyung é uma das minhas pessoas favoritas no mundo, de coração.

Ao sair do banho e vestir um roupão confortável e quentinho, dou de cara com a mesa de jantar arrumada e uma refeição italiana linda colocada sobre ela.

— Você é tudo. — Declaro a ele, andando na sua direção para dar um beijo em sua bochecha. — Sorte sua que você gosta de alfas, ou eu certamente tentaria seduzir você.

— Deus me livre, mas quem me dera. — Ele brinca, piscando para mim. — Você sabe que não tem como. Não foi falta de tentativa.

E o pior é que é verdade, por isso caímos na risada e nos sentamos de frente para a mesa, próximos um do outro por ser um móvel relativamente pequeno. Mesmo que eu tenha dinheiro, eu não quis uma casa gigantesca. Eu moro sozinho e passo pouco tempo no apartamento, eu queria apenas que fosse confortável, aconchegante e quentinho. E é do jeito que eu sempre quis.

Se um dia eu me casar e decidir formar uma família, vou querer algo maior e com um quintal grande que permita brincadeiras inúmeras ao ar livre. Não é meu planejamento para agora, mas várias vezes penso nisso.

— Como foi de viagem? — Pergunto, servindo em duas taças o suco de uva que Tae comprou.

Ele não bebe vinho, então sempre bebemos esse suco em taças como se tivesse álcool. É só um costume bobo nosso. Um dentre tantos que temos.

— Cansativa, como sempre é. E quanto ao maldito desviador de dinheiro? — Ele se indigna.

— Tenho reunião com Jimin hyung amanhã a respeito disso, ele disse que tinha notícias e...

— Para. — Ele se altera, se senta mais reto na cadeira e me olha acusador. — Agora tudo faz sentido. Era do Jimin que você estava falando ao se referir ao advogado da empresa.

Espera...

— Quem você pensou que fosse? O outro advogado tem o triplo da minha idade e, inclusive, tentou casar o neto comigo! — Agora eu que me indigno, ouvindo a risada escandalosa do meu amigo. — Você é muito idiota. Era óbvio que eu me referia a Park Jimin.

Taehyung volta a rir, mas logo fica sério e me olha preocupado. Especialmente porque eu não estou rindo sobre este assunto em específico. Pelo contrário, estou me sentindo incomodado com o que meu coração está começando a me mostrar. Isso é perigoso, unicamente.

— Qual o problema, cerejinha? — Tae pergunta.

— Eu não quero sentir ciúmes dele. — Rebato, sentindo-me aflito. — Ele tem cuidado de mim nas últimas semanas, e eu achei que estava tudo bem me sentir calmo perto dele e cuidado com seus gestos. Só que... eu senti um incômodo anormal quando ele me avisou que estava indo embora porque tinha um encontro.

Pink Luv | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora