Capítulo 8

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Taehyung sempre me disse que o amor bate na nossa porta quando menos esperamos, e que é uma decisão unicamente nossa abrir para o receber, ou se trancafiar do lado de dentro para que a oportunidade fuja sem que possamos nos dar uma chance de tentar.

Ele me disse, com dor em seu coração, que temia me ver trancafiado. Isso desde antes da morte do meu pai, inclusive. Ele sabia o quanto eu queria dar orgulho para a minha família e entendia que aquela sempre seria a minha prioridade. Eu sempre priorizo a tudo antes de mim mesmo.

Por conta disso, já tive inúmeros quadros de baixa imunidade, resfriados severos, internações por ser descuidado com a minha alimentação, e até o julgamento de um médico alegando que eu era anoréxico. Eu apenas estava focado em meus estudos e em demonstrar interesse pela empresa, então eu me esquecia que precisava comer. O foco era tão alto, que eu não sentia fome.

Mas parar no hospital, desnutrido, foi o pior laudo que já recebi até hoje.

Mas voltando ao amor, eu também tive em mente por muito tempo que eu não merecia estar ao lado de outra pessoa de modo romântico. Por me achar um verdadeiro fardo, eu pensava que qualquer um que sentisse interesse por mim merecia mais que um viciado em trabalho, que simplesmente não tem paciência para qualquer envolvimento.

Tudo mudou quando eu percebi Jimin de um jeito que eu nunca tinha notado. Quando eu percebi como o loiro cai bem para ele, ou o jeito que ele gosta de passar a mão entre os fios e os jogar para trás, e o modo que suas pálpebras parecem cobrir totalmente seus olhos ao que ele abre um largo e lindo sorriso, e a mania de franzir o nariz quando está concentrado em algo e... eu me vi preso em detalhes que antes passavam desapercebidos por mim.

Não porque eles não existiam, mas porque eu não conseguia os enxergar.

Ainda assim, eu me mantive crente de que só eu percebia essas coisas, que só eu estava criando a expectativa de haver algo a mais, além do meu funcionário que também é meu amigo e que me protege de alfas babacas e sem noção.

Isso até ouvi-lo me perguntar, sem a menor vergonha, se poderia dar em cima de mim.

E o pior não foi seu questionamento, porque eu não vi nada de absurdo, o pior foi a onda de insegurança que me acometeu após suas palavras. Porque ele segue esperando uma resposta minha, segue me encarando com um pequeno sorriso, e eu sinto que estou prestes a colapsar de tanto nervoso.

— Jimin hyung, eu... — Logo eu, um homem tão decidido, pareço ter perdido o jeito de falar o que quer que seja.

As palavras simplesmente ficam presas em minha garganta, e um nó tão grande se forma que eu me sinto prestes a chorar de agonia. Eu recebi tantas propostas de casamento nas últimas semanas, que só consigo imaginar que Jimin poderia querer o mesmo que todo mundo, mesmo sabendo que ele é totalmente diferente dos outros alfas.

Ele é o tipo de alfa que meu próprio pai gostaria que estivesse ao meu lado.

— Escuta, Jungkookie, eu sou um homem muito confiante, e você sabe disso, mas eu tenho guardado essa pergunta comigo por estar nervoso demais em colocá-la para fora. — Ele me explica, devagar. — Eu não queria que você pensasse, nem por um segundo que fosse, que eu queria o mesmo que aqueles babacas. Que eu queria um contrato, ou assumir uma empresa que eu jamais almejei que fosse minha.

— Mas eu... eu sou seu chefe... — Sussurro. — Você disse que jamais se envolveria com alguém do seu ambiente de trabalho.

Jamais é uma palavra muito forte. — Ele ri. — E não me envolveria com nenhum dos meus colegas, isso é verdade, mas como você mesmo disse, o senhor é meu chefe, Sr. Jeon.

Pink Luv | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora