Cheer Up (Minsung . Changlix . YoungChanK . 3in)

Livro 1: Capítulo 2

Foto da Capa: Campo de Futebol Americano para treinamento.

(...)

Um silêncio tenso tomou conta do campo inteiro. Os alunos que assistiam da arquibancada, as líderes de torcida e até mesmo os jogadores do time pararam o que faziam assim que ouviram o berro de ódio do garoto loiro. Changbin, que era da mesma turma de Han e Felix, além de ser um grande amigo de Minho, também estava ali para treinar e ficou sem reação.

Até mesmo Hyunjin que havia chegado junto com Jisung, parou de correr e um semblante levemente assustado apareceu em seu rosto. Hwang e Seo trocaram olhares espantados, e depois voltaram a encarar o amigo que estava sendo confrontado pelo "namorado" claramente irritado. Já os mais fofoqueiros e que gostam de ver confusão, estavam com seus celulares à postos gravando tudo.

No rosto de Minho, uma ardência dolorosa se espalhava por sua bochecha esquerda que já havia tomado uma coloração vermelha tão forte a ponto de ficar algumas marcas de dedos em sua pele. Estava em choque, demorou longos segundos para raciocinar e dizer alguma coisa. Só sabia que seu rosto estava ardendo, e muito. Olhou para o "namorado" que claramente estava com olhos espelhados, dava para ver, mas isso não impediu o Lee de criar uma carranca no rosto. — É assim que quer terminar mesmo, Jisung? Sem ouvir o que eu tenho pra dizer?

Provavelmente a sua mão estava doendo mais do que o próprio rosto do outro. Diferente dele, Jisung não tinha tanta resistência física assim, então se machucava fácil. Agora, controlava as lágrimas não só pela dor em sua destra, como também daquela que se espalhava por todo seu peito, corroendo o seu coração.

— Você sabia... Sabia que isso é o tipo de coisa que eu nunca perdoaria, e você ainda foi lá e me traiu na primeira oportunidade que teve?! — Outra coisa que mais doía em Han era que ele não conseguia evitar de se culpar por isso também. Justamente por ser tão focado em seus estudos e ocupar quase todo seu tempo livre com isso, ele e Minho mal passaram algum tempo juntos nas últimas semanas, e depois disso ele foi para a Coréia do Sul visitar os pais e a irmã. No entanto, nunca se passou por sua cabeça que seu namorado chegaria ao ponto de fazer aquilo com ele.

A expressão que Minho fez diante daquilo era uma mistura de indignação com mágoa e quem sabe um pouco de raiva, não do mais novo, mas das pessoas intolerantes que estavam neste momento gravando toda essa confusão atrás dele e que não deixavam sua vida em paz um segundo sequer do dia. Sim, ele tinha ouvido os boatos a respeito dele com uma de suas amigas do time de torcida, mas nunca passaria pela sua cabeça que Jisung fosse acreditar cegamente nisso.

Com o maxilar travado, o mais velho segurou o pulso do Han e o arrastou para longe daquele campo repleto de pessoas intrometidas, mas antes de sumir para outra parte mais isolada do campus, ele se virou para as pessoas que gravavam e soltou um rosnado: — Cuidem da vida de vocês seus merdas! — Sim, ele estava com raiva e sua voz dizia isso claramente.

Depois do recado, manteve o aperto não muito forte até eles estarem bem longe daquele campo. Esse lugar foi nos fundos de um dos prédios da universidade e Minho não tardou em se virar diante do loiro que ainda detinha aquele olhar abatido no rosto. — Vai me deixar falar ou não?

Han não havia notado toda a atenção que os dois estavam recebendo dos outros alunos que estavam ali por perto, não até sentir seu pulso ser agarrado pelo Lee que começou a arrastá-lo para longe dali. O grito enfurecido que o mais velho deu contra aqueles que tinham seus telefones apontados na sua direção assustou até mesmo ele, que apenas se deixou ser levado para onde quer que Minho os estivesse conduzindo.

Conforme se afastavam, a raiva que antes dominava os sentidos de Jisung foi dando espaço à sua tristeza. Ao se ver confrontado pelo outro, levantou seu olhar brevemente para encará-lo, logo o desviando sem conseguir manter o contato visual. — Tudo bem... Fala. — Disse baixo e em desânimo. Dentro de si, não sabia o que doía mais, o fato de ter sido traído, ou a possibilidade de nunca mais ver Minho na sua vida.