𝐏𝐀𝐁𝐋𝐎 𝐆𝐀𝐕𝐈
Hoje era day off, por isso ignoro o som do despertador tocando incessantemente, mas nem isso consegue me manter por muito tempo na cama, os pensamentos que sempre rondam minha mente quando eu acordo estavam bem ali.A copa do mundo tinha acabado a um mês atrás e ainda assim a sensação de fracasso me perseguia, nunca pensei que uma eliminação fosse doer tanto.
Me enganei.
E por mais que todos digam o quanto eu fui bem e me destaquei, não consigo pensar o mesmo.
Passei a pegar mais pesado nos treinos e me manter focado, não queria mais uma decepção.
Como era cedo tomo um banho quente e quando saio ponho uma bermuda e moletom, vou até a cozinha evitando fazer muito barulho pra preparar meu café da manhã.
Eu até me dou bem na cozinha, em pouco tempo preparo um mexido com ovos e pão na frigideira.
— Porque não tá na cama? — Me viro encontrando minha irmã que se escora na bancada.
— Sem sono e o que você está fazendo acordada? Nunca acorda cedo. — Me sento na mesa com meu prato e começo a comer.
— Vou sair.
— Porra, sair? Quem sai uma hora dessa? — Aurora apenas da de ombros e sai da minha linha de visão.
Pego o celular pra dar uma olhada nas minhas redes sociais e passar o tempo enquanto termino meu café da manhã, mas o nome que aparece na barra de notificação chama minha atenção, o que me faz sorrir lembrando da noite de ontem.
É estranho mas algo em Júlia mexeu comigo, não só em beleza porque ela é linda pra caralho, impossível não notar, porém o que ela exala é diferente.Ontem, quando Pietra falou que conhecia a garota e me dei conta do que estava acontecendo, não pensei duas vezes e me intrometi no meio.
Era o certo a se fazer e agora eu estou sorrindo pra tela do celular por alguém que eu nem conheço direito.
Estou a dois minutos parado na frente do apartamento onde Júlia mora esperando ela descer, mandei mensagem avisando mas ela disse pra esperar um pouco porque estava terminando de se arrumar.
Quem se arruma tanto pra ir em uma delegacia?
Vamos sair pra comer depois, mas, pra que se arrumar tanto?
Deve ser coisa de mulher, quando penso em mandar outra mensagem escuto o barulho do portão se abrir e a vejo vindo na direção do carro, destravo a porta do passageiro e ela entra trazendo seu perfume pra dentro do ambiente.
Um cheiro muito bom.
— Oi, desculpa te fazer esperar. — Júlia se desculpa ao mesmo tempo que põe o cinto.
— Tudo bem, foram só dois minutos — Rio ligando o carro e vamos a caminho da delegacia.
Eu sou um homem preparado então já tinha feito uma reserva enquanto estavamos na delegacia, sabia que o lugar estaria cheio, não queria ficar pra fora.Júlia não diz nada, apenas me olha com as sobrancelhas erguidas quando informo nossos nomes a recepcionista que nos leva para um lugar mais afastado do restaurante.
Afasto a cadeira pra Júlia se sentar quando chegamos a mesa e me sento em seguida sob seu olhar atento, vendo ela pressionar os lábios um no outro.
— Admirando minha beleza? — Abro um sorriso convencido e apoio os cotovelos na ponta da mesa.
— Na verdade, sim, — Ela sussurra como se tivesse me contando um segredo — Estou aqui pensando como eu não te reconheci de primeira ontem, eu torci que nem maluca pra vocês no jogo contra a Alemanha!
— Estou decepcionado com a minha fã. — Ponho a mão no peito fingindo estar ofendido — Muito bonito pra ser esquecido assim. Eu sou
— Você é muito exibido, sabia? E olha que nem te conheço direito — Resmunga em tom de brincadeira
— Boa tarde! O que vão pedir?
Nossa conversa é interrompida pelo garçom que para em nossa mesa, Júlia começa a olhar o cardápio fazendo caretas confusas ao mesmo tempo.
Olho pro rapaz segurando a risada.
— O prato especial do dia e uma garrafa de vinho branco, por favor. Júlia?
— Uhm... pode ser o mesmo que ele, por favor — Ela responde, agradeço e o garçom se retira com os pedidos.
Comemos em silêncio por um tempo. Mas pressionados pela falta de barulho, logo voltamos a conversar.
— Por que eu devo conhecer o Brasil? — Pergunto puxando assunto.
— Praias, comidas, bebidas, e lá todos vão te recepcionar bem. — Responde. — Mas só vá na praia com algum Brasileiro junto, ou vai pagar cinquenta reais em uma bebida que não verdade custa vinte.
Gargalho com sua fala.
— Mas minha intenção é ir com algum Brasileiro, ou melhor, Brasileira. — Olho pra ela, que sorri timidamente.
— Enfim... — Fala sorrindo. — A gente gosta muito de turistas, mas também depende o turista. — Argentinos? — Detestamos os Argentinos. — Sabia!
— Nós também. — Dou de ombros. — E eles detestam a gente também.
— Eu vi, na balada tirei todas as conclusões que faltavam sobre esse ódio. — Fala rindo. — Mas, tudo bem! O motivo deles se acharem tanto, meu país tem cinco. — Manda um beijo no ar, me fazendo soltar uma risada sincera.
— Nisso eu não posso argumentar. — Finjo estar triste.
— Tudo bem, você tá aqui comigo, já é quase um Brasileiro. — Sorrio mordendo os lábios.
— Cuidado onde você fala isso, ein! — Sorrio.
Depois disso foi só mais papo jogado fora, falando mal dos Argentinos e discutindo sobre futebol. O que deixa essa mulher mais atraente. E eu achava que isso era impossível!
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𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐀𝐃𝐎𝐒 | 𝐏𝐀𝐁𝐋𝐎 𝐆𝐀𝐕𝐈
FanfictionDesde o princípio seria só uma viagem dos sonhos. Julia Dantas tinha acabado de chegar em Barcelona. E como todos os jovens decidiu curtir a noite. Tentou a sorte em uma balada privada, de início tudo parecia dar errado, até Pietra, ou "anjo da gu...