Morgan Taylor

Capítulo 4

Isabel Sinclair

6 meses depois...

Os últimos meses passaram voando e me sinto cada dia mais velha, apesar da pouca idade. A empresa conseguiu concluir a negociação do projeto Dubai e estamos ansiosos para em breve iniciarmos a construção do novo arranha-céu que certamente nos renderá milhões de dólares, além de bater diversos recordes. Tudo estava correndo perfeitamente bem, até que o chamado "senhor gostosura", como minha amiga Lisa gosta de se referir, entrou em meu caminho.

Nesses 6 meses conheci bastante do tal Morgan Taylor, e oque eu aprendi? Ele é irritante, insuportável, cafajeste e extremamente atraente. Foram seis meses de pura provocação, alfinetadas e hostilidade, e certamente qualquer pessoa nos rotularia como "inimigos mortais", assim como a Times nos descreveu em sua ultima edição. Tenho trabalhado muito ao lado dele e, apesar de seus inúmeros defeitos, devo reconhecer sua extrema competência profissional e o fato de que mantém estritos limites entre sua vida pessoal e o ambiente de trabalho. Tirando após certas reuniões, em que ele costuma convidar uma de suas acompanhantes de luxo para sair, e apenas Deus sabe o que eles fazem juntos.

Optei por não ficar parada, aguardando a vida passar sem a chegada de um príncipe encantado. Então, pedi a Lisa que providenciasse um encontro às cegas com um de seus amigos.

- Ai meu deus! — exclama minha amiga animada atras de seu balcão, mas logo franze levemente os olhos e me lança um olhar desconfiado. Eu a encaro, curiosa — mas e o Morgan?

- O que tem ele?

- Pensei que você quisesse sair com ele, já que vocês dois só flertaram nos últimos meses.

- Você enlouqueceu? E não, não flertamos.

- Sempre fui louca, meu anjo, mas cega jamais.

- Se alguém acredita que provocação e hostilidade mútua são sinônimos de amor, essa pessoa tem sérios problemas.

- Hm... bem que eu gostaria de levar uns tapas dele — comenta minha amiga, pensativa — mas vou deixá-lo para você.

- Lisa, por favor.

- Ok ok — disse minha amiga levantando os braços em sinal de rendição — vou te arrumar um encontro. Só não diga que não te avisei.

- Você é demais — vou até ela que ocupava sua cadeira e deposito um beijo em sua testa — até mais tarde!

- Boa sorte na reunião — ela exclama.

Subo para o meu andar e logo encontro Diego me esperando com o tablet na mão.

- Bom dia, chefe — cumprimenta o moreno, entregando-me o tablet — como informado anteriormente, a reunião sobre o projeto do edifício Antonietta será daqui a 10 minutos. A senhora tem alguma preferência de sala?

- Deixo a seu critério — pego o tablet e verifico os horários — você sabe o motivo de convocarem uma reunião tão repentinamente?

- Não faço ideia, chefe — responde ele — confesso que estranhei, pois a secretária do senhor Ferrari não justificou a reunião e este projeto está em andamento há meses sem que algo assim tenha ocorrido.

- Realmente estranho — pondero diversas explicações para isso, mas falho terrivelmente. Até que... — Diego querido, você teria acesso a lista de presença?

- Tenho sim, vou te passar.

- Muito obrigada — falo ao adentrar minha sala e ligar o computador. Diego logo chega trazendo a lista de presença em sua prancheta. Examinei em busca da pessoa e, sem surpresas, encontrei o nome.