Isabel SinclairAcordo de madrugada e me sento na borda da cama, esfregando os olhos. Observo uma pequena fresta na porta do meu quarto pela qual a luz se insinue. Caminho naquela direção e de repente me vejo de volta à minha antiga casa. Um som vindo da cozinha me chama a atenção, e desço as escadas cuidadosamente. Vejo meus pais com grandes malas e Eleonor suplicando algo. De forma discreta, me escondo e consigo ver as lágrimas nos olhos de Eleonor.
- Não podem deixá-los, são apenas crianças! — exclama — como os seus filhos se sentirão ao descobrir que foram abandonados pelos próprios pais?
- Cale a sua boca! — ouço meu pai gritar — você é simplesmente uma funcionária, não tem autoridade para tomar decisões nesta casa. Acha que queríamos ter filhos?
- Nós queremos viver a vida! — interferiu minha mãe — desde que esses pirralhos nasceram, não conseguimos mais nos divertir.
As palavras cruéis proferidas por meus pais fazem meus olhos ficarem turvos. Lágrimas começam a rolar pelo meu rosto, e o choro se inicia instantaneamente. Ao notarem minha presença, Eleonor se apavora ao perceber que ouvi tudo o que falaram.
Eu não fui o suficiente?
- Mamãe? Papai?... onde vocês vão?
- Viu sua empregadinha de merda! — Berra minha mãe dando um tapa na cara de Eleonor — você fez ela acordar!
- Posso até ser a empregada, mas sem dúvida alguma sou mais mãe do que a senhora jamais será! — A bochecha de Eleonor está vermelha e seu rosto cheio de lágrimas revela uma expressão furiosa. Incrédula com tais palavras, minha mãe tenta avançar em Eleonor, mas logo é impedida e segurada pelo meu pai.
- Ótimo — meu pai a solta e da de ombros — Se você se importa tanto com essas crianças fique com elas. Nós não nos importamos.
- Vamos logo querido.
Ambos pegam as malas e abrem a porta de casa, partindo sem sequer olhar para trás, sem qualquer remorso. Eu tento correr em direção a eles, mas Eleonor me mantém em um abraço firme. Grito desesperadamente, acordando meu irmãozinho que, ainda bebê, chora em seu quarto. Meus esforços são completamente em vão.
A fraqueza foi me tomando,
Tudo foi ficando turvo...
Tudo foi ficando tão... escuro.De repente acordo com Eleonor ao meu lado. Dessa vez estou na minha casa. Minha respiração está acelerada e meus olhos cheios de lágrimas. Olho para o lado e a senhora me encara preocupada.
Foi tudo um sonho?
- Ouvi você gritando... — Suavemente, Eleonor acaricia minha mão e deposita um beijo em minha testa — Sonhou com eles de novo, não foi? — Confirmo com a cabeça e ela me envolve em um abraço. Tenho o mesmo pesadelo há anos, e a mesma cena que presenciei quando era apenas uma garotinha volta à minha mente todas as vezes."
Após me tranquilizar, Eleonor me deixa sozinha. Me disse que iria preparar um chá e se dirigiu à cozinha. Olho para o meu celular, que indicava 3:30 da manhã de quinta-feira. A semana passou rapidamente. Quando Eleonor retorna, traz consigo uma bandeja com uma xícara de chá e alguns biscoitos em forma de coração com geleia. Agradeço e me sento para saborear as bolachas.
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Morgan Taylor
Roman d'amourHerdeiro e dono de uma empresa rival, Morgan Taylor é um empresário incrivelmente mulherengo e cabeça quente. Já Isabel é uma mulher bem sucedida e respondona, que conquista todos com seu charme e personalidade forte. Será que verdadeiros inimigos p...