Sexta, 19 de julho de 2014. - Califórnia, Los Angeles.A luz do sol gentilmente reflete na face de Jade West, porém, a garota não acorda.
A porta de seu quarto abre em um pequeno estrondo. — Jade, acorde! — A Sra. West diz num tom alto, esperando sua filha abrir os olhos, enquanto segurava a porta agora aberta. — Você está atrasada, Jade. Acorda!
Jade acorda resmungando, como de costume.
— Que horas são? — Indagou, espreguiçando-se, enquanto sua mãe a olhava de braços cruzados.— Nove e trinta e quatro. — Ela diz, checando o relógio em seu pulso. — Melhor se apressar. Seu pai não vai ficar feliz em saber que se atrasou. — Ela fala, saindo do quarto e batendo a porta. Jade vira pro outro lado da cama, parando por um segundo e tentando aceitar o fato de que terá que levantar em algum momento.
Jade dá um grande suspiro e finalmente se levanta, calçando suas pantufas e dando seu primeiro e último bocejo. Seu semblante era sério e até meio triste, o que não muda faz semanas.
Devido à um grande acontecimento na sua vida, esse que ela acredita que nunca irá esquecer, ela anda como se já não estivesse mais ali. Como se não pertencesse a aquele mundo, como se sua consciência tivesse sido roubada, sempre com sua face neutra, sua voz guardada que raramente usava, seu êxito em ver as pessoas com quem costumava sempre conversar.
Ela se aprontava não com muita pressa e muito menos motivação, o que era de se surpreender contando que sua reação ao acordar às nove seria completamente diferente à uns meses atrás.
Enquanto Jade se arrumava com uma ínfima vontade para chegar a tempo na escola, Tori e André conversam no Teatro Caixa Preta.
— Mas, e aí, já terminou o roteiro da sua peça? — André pergunta, trocando o assunto anterior.
Sikowitz, seu professor, propôs, na última semana, que os alunos teriam duas opções para essa unidade de provas: Ou eles fariam as provas normais e teriam que estudar bastante, ou, teriam o dez garantido no boletim se fizessem uma peça elaborada. (Os alunos que quisessem participar na peça um do outro, ganhariam dois pontos extras.)
Porém, a única que contribuiu com a ideia de fazer uma peça foi Tori. Sikowitz disse que eles teriam 4 semanas para elaborar a peça.
— Ainda não, falta o terceiro e último capítulo. Mas estou com ele aqui, quer dar uma olhada? — Tori pergunta, tirando um caderno de sua bolsa.
— Tenta ler, pelo menos, um pouco. — Ela disse, entregando o caderno aberto na página correspondente. O roteiro era um tanto grande, contando que Tori não era de escrever e dirigir peças, e sim de escrever músicas.
André se propôs a ler três páginas. — Nossa, está realmente bom. Não imaginei que você tinha tanto talento assim para peças. — Ele diz, entregando o caderno a Tori, que retribui com um sorriso simpático.
— É, mas ainda não tenho ideia nenhuma de como será a seleção de atores. — Ela diz, coçando a cabeça, e André tenta pensar em algum ator disponível naquela escola.
— Você acha que o Beck pode aceitar um papel? — Tori indaga.
— Não sei. É que o Beck não está muito, sabe, lúcido, esses últimos meses. — Tori dá um suspiro. — Sei, sei muito bem.
Desde o último contato de Jade com Beck, o garoto perdeu completamente a cabeça. Ninguém mais o vê na escola, nem na rua, e às vezes, nem mesmo em casa. Tori é a única que recebeu o último contato do garoto, e pelo que ela viu, ele não estava nada bem.
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Start Again. || JORI - AU
RomanceQuando são cegadas pelo entusiasmo de serem parte de uma peça excepcionalmente importante na Hollywood Arts, as consequências disso ficam embaçadas na visão de Tori e Jade, levando as duas a caírem em algo muito maior, um sentimento traiçoeiro, inéd...