જ⁀➴๋࣭ | EPISÓDIO III 》Negando você.

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As duas se encontravam na mesma situação no próximo ensaio. O que elas achavam que ia acabar em só mais uma bela amizade, acabou sendo apenas mais uma vítima do mais insensível dos sentimentos, o amor.

Jade não podia evitar se sentir nervosa quanto Tori chegava perto ou até mesmo olhava em sua direção. A garota imediatamente olhava pra qualquer outro canto que não fossem os malditos e encantadores olhos de Tori Vega.

Do lado de Tori, a Jade não havia mudado nada. Era o que ela via, a Jade de sempre. Por isso, apesar de tudo guardado dentro de si, ela acreditou que se fosse a Tori de sempre, sorrindo e acenando em meio do seu próprio caos, tudo continuaria normal, pelo menos por algumas horas.

Jade era rígida com si mesma. Não aceitava e, no seu pensamento, demonstrar ao menos 0,1 porcento do que sentia era estúpido e fraco. Portanto, o que Tori via era justamente o que Jade queria que visse. Sua postura intocável, seu nariz sempre empinado e olhar letal.

Apesar desse fingimento todo, o ensaio não foi tão mal, afinal. As garotas finalmente conseguiram passar a temida cena do beijo, já que o professor estava sem paciência para pedir para refazê-la novamente.

"É isso por hoje, pessoal. Estão liberados." Ele dizia, um pouco menos frustrado do que antes. "Meninas, o ensaio de hoje não foi ruim, continuem nesse ritmo e está ótimo." Ele fala e dá um sorriso social, enquanto as garotas caminham até a porta de saída. Os olhares de canto em momentos infortúnios marcaram o resto daquele dia quase como um marcador de texto.

No próximo dia, era óbvio para qualquer um que sabia a real situação de Jade naquele que ela desapareceria levemente. Era óbvio que ela se fecharia até darem um motivo explícito pra ela se abrir.

O grupo de amigos havia visto ela na aula de Sikowitz, porém só André trocou ínfimas palavras com a tal. Cat até tentou chamar a atenção dela, mas é claro que não funcionou. Nada a tirava dos seus próprios pensamentos naquele momento. Sua postura, dessa vez, era estática. Não perfeita ou intocável, mas estática. Como se estivesse presa e não conseguisse se mexer.
Quando o professor perguntava ou direcionava a palavra até ela, ela apenas acenava um "não" com a cabeça e se mantinha como antes.

Não olhava pro lado, nem pra baixo, nem pra cima, e nem principalmente para a coisa que mais roubava sua atenção no momento: Tori.

No intervalo, uma onda de "alguma coisa está faltando aqui" pairava e gritava constantemente.

"Onde está Jade? Por que será que anda afastada?" André perguntava no meio do grupo de amigos. Eles se olhavam consecutivamente e era óbvio que ninguém ali tinha resposta para aquilo.
"Vou atrás dela." Tori se levanta, à procura da tal garota.

Ela procura em todo o lugar, porém, não desiste. Só havia um lugar que não tinha checado ainda, o teatro.

Tori abre a grande porta e lá está ela.

— Tudo bem aí, Jade? — Tori via a garota sentada depois de uma aula de Sikowitz, solitária, bebericando seu café e olhando as paredes, pensando longe.

Tori se senta ao lado dela, ainda a encarando preocupada, não sabendo o que aquilo significava para Jade.

Jade não a olha de volta, porém. Sua expressão se mantém fechada e era exatamente assim que Jade queria, e sabia muito bem que se olhasse para o lado, seu instinto cairia água abaixo.

— Sim. — Curta e direta. É exatamente o tipo de resposta que Tori esperava, e é exatamente o tipo de resposta que faz Tori pensar sobre essa situação do jeito que pensa.

— Tudo bem, então. — Tori suspira e olha para outro lado, desmotivada. O tom de Jade a cansava, a fazia sentir como se fosse a pessoa mais estúpida do mundo.

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⏰ Última atualização: Aug 10 ⏰

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