Capítulo 1

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— O Medibruxo disse três dias – mais uma semana, no máximo – e você será liberado. — Harry se inclina para a frente, com os cotovelos apoiados nos joelhos. A cadeira de plástico range sob seu peso. Seria de se esperar que o St. Mungos pudesse investir em assentos minimamente decentes para os visitantes. Mas, por outro lado, não há nada de confortável nesse lugar.

— Sim. O curandeiro O'Donnell indicou isso.

— Bem, isso é bom, então.

Harry não consegue imaginar. Após a batalha final, ele foi mantido por um período de observação de quarenta e oito horas, e isso foi quase o suficiente para deixá-lo louco. Snape está aqui há quase um mês.

Claro, seus ferimentos foram muito mais extensos que os de Harry - é uma maravilha que ele tenha sobrevivido. Mas Harry acha que ele aguentou muito bem toda a internação no hospital. Muito melhor do que Harry poderia ter conseguido, pelo menos. É verdade que Snape foi mantido em coma induzido por poções durante a primeira semana. E suas cordas vocais foram tão danificadas por Nagini que foi difícil, no início, para ele falar – e, portanto, reclamar – mas mesmo assim.

— E você está se sentindo melhor? — Harry pergunta.

— Estou. Estou cansado. E provavelmente levará algum tempo para que minha magia retorne à sua força total. Mas não tenho dúvidas de que terei uma recuperação completa. — Snape olha para Harry por um longo momento. Seus olhos são muito castanhos. — Graças à você.

— Sim, bem, eu não ia deixar você morrer, Snape. Não assim. — Harry desvia o olhar, passando a mão pelos cabelos. — Não se eu pudesse evitar. Não depois de tudo.

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— Como está Snape?

— Hum? — Harry levanta os olhos do almoço.

— Snape — Ron diz, dando uma mordida no sanduíche. Há um pouco de maionese no canto da boca. Ele limpa com o polegar. — Presumo que você foi vê-lo hoje. — O tom de Ron é neutro, desprovido de julgamento, mas Harry se sente na defensiva mesmo assim.

— Oh. Ele está bem. Deve ser liberado em alguns dias.

Ron assente.

Harry dá uma facada em sua salada. A comida no Ministério é decente, mas eles estão hoje no centro de treinamento de Aurores, e o refeitório para novos recrutas deixa muito a desejar.

Ron está observando Harry daquele jeito cuidadoso que ele faz quando está preocupado que Harry tenha feito – ou esteja prestes a fazer – algo estúpido.

— Está tudo bem, você sabe — Ron finalmente diz. — Snape está bem. De alguma forma você salvou a vida dele. Você não precisa mais se sentir culpado.

— Sim, não, eu sei. Não é isso. Eu não -

— Ele era um espião, companheiro. Esse era o maldito ponto. Não deveríamos saber que ele estava do nosso lado. E ele ainda era um bastardo, mesmo que não fosse, tecnicamente, um Comensal da Morte. — Ron olha para Harry como se o desafiasse a dizer o contrário.

Harry não. Ele cutuca um pedaço de rúcula mole. Ele não gosta de se sentir tão protetor em relação a Snape, mas o faz mesmo assim.

— Não importa. Poderia ter sido diferente.

Ron apenas dá de ombros e volta para seu sanduíche.

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— Você já pensou no que fará agora?

Snape levanta os olhos do livro que está lendo enquanto Harry fecha a cortina de privacidade da porta.

— Você poderia voltar para Hogwarts, é claro. Minerva ficará feliz em receber você. No posto de Defesa ou Poções. Mas, agora, você não precisa.

A Modest Proposal | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora