Eles dormem.
Já passa das onze quando Harry acorda. Severus não está lá, mas sente cheiro de café, então se arrasta para fora da cama e se veste, atento ao curativo no peito, e desce para a cozinha.
Snape está à mesa, lendo o Profeta. Há uma torrada pela metade em um prato ao lado dele. Ele cantarola uma saudação e acena para a cafeteira. Harry se serve de uma xícara e se senta em frente a Snape, segurando a caneca entre as mãos.
O café é bom.
Severus olha de volta para seu papel.
Harry se pergunta se deveria se sentir estranho por causa da noite passada, mas não se sente. Eles vão se casar. E parecia certo.
Mesmo que Harry goste de mulheres. Ou ele pensava que gostava de mulheres. Antes. Ele tem muito o que resolver na cabeça. Mas tudo bem também.
— Como você está se sentindo? — Snape pergunta, dobrando o papel e deixando-o de lado.
— Melhor, na verdade. Não tão dolorido. E dormi bem... — Harry sente suas bochechas esquentarem. — Dormi bem depois.
— Fico feliz em ouvir isso.
— Você está bem? — Harry pergunta.
— Eu estou.
Harry bebe seu café. Ele se pergunta se eles deveriam conversar sobre o que aconteceu. Se houver algum tipo de protocolo para isso.
— Há... coisas que eu acho que quero, das quais não tinha certeza antes — diz Harry.
— Você tem certeza agora?
Harry ri.
— Nem mesmo perto. Mas eu sei que quero mais. — Ele olha para seu café. — E eu gostei de ter você na minha cama ontem à noite. Eu gostei do que fizemos. Só preciso de algum tempo para pensar, para descobrir as coisas.
— Você pode ter isso. Pela primeira vez, talvez, em nossas vidas, temos todo o tempo que precisamos.
.
Harry fica em casa por cinco dias.
Na primeira noite, eles pedem comida chinesa para viagem. Eles se sentam no chão da biblioteca em frente ao fogo e comem carne, brócolis e frango Kung Pao direto dos recipientes.
Snape remove as bandagens de Harry na segunda noite. Seu peito sarou bem. Haverá cicatrizes, mas seu corpo está coberto de cicatrizes. Snape as traça com os dedos e depois com a língua.
Na terceira noite, Monstro faz sanduíches para eles. Snape e Harry sentam-se no jardim e discutem como Harry dará a Kingsley a notícia de que está deixando o programa de Aurores.
Na quarta noite, Harry se sente bem o suficiente para cozinhar novamente, então eles ficam juntos na cozinha lavando legumes e temperando carne.
— Então, quando nós... fizermos sexo — Harry diz, observando o óleo esquentar na panela e definitivamente sem olhar para Snape, — como faremos isso? Você vai? Ou serei eu quem...?
Snape abaixa a faca e levanta os olhos dos vegetais que está cortando. Cenouras, abobrinhas, abóbora.
— Ambos, eu espero. Eventualmente. — Sua voz é até calma, mas Harry pode ouvir a corrente de prazer ali. Snape desliza os legumes da tábua para uma assadeira e rega-os com azeite.
— Oh — Harry diz, sentindo sua pele esquentar. — Você já fez... as duas coisas antes?
— Eu fiz.
Harry pega o lombo de porco que está temperado e coloca-o na panela. Há um chiado, o cheiro de carne assada enchendo a sala. Ele não está com ciúmes, não mesmo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Modest Proposal | Snarry
FanfictionPouco depois da guerra, Severus Snape pede Harry Potter em casamento. Não era isso que Harry esperava. [Esta é uma tradução autorizada. "A modest proposal" do autor(a) avioleta. Também postada no meu Ao3 (@moonletterss). Não permito a repostagem da...