Lilian (Romance lésbico)

CAPÍTULO 7

"Pela primeira vez estava escrevendo, e em meio ao mar de ideias, me recordava de algo que não pensava há muito tempo."

Saindo da escola, Sara se perguntava porque os professores haviam confiado nela para escrever o roteiro da peça, ela não entendia o propósito daquilo, mas estava feliz por ter aquele papel na preparação da peça, e se encontrava animada para aquilo.

— Então você agora fará o roteiro da peça? Isso é bem legal, e pelo que eu te conheço, você ama literatura e tem um gosto muito bom, acho que vai ficar bem bacana — Finn comenta andando ao lado da garota para fora da escola.

— Não pode ser só bacana Finn, tem que ser incrível, dramática e engraçada, tem que ser excepcional — a garota diz, e um turbilhão de ideias passa por sua mente.

— Muito bem, excepcional então, tenho certeza que será excepcional — o Smith dá um mínimo sorriso, assim como a garota, ele a incentivava em suas paixões.

— Eu tenho que ir agora Finn, mas amanhã a gente se vê, tchau — a Belchior destranca sua bicicleta, subindo na mesma e volta seu olhar ao amigo, que também tinha pegado sua bicicleta.

— Amanhã a gente vê, tchau Sara — o garoto acena pra amiga, que começa a pedalar, se distanciando do mesmo.

A Belchior pedalava calmamente em direção a sua casa, pensando nas diversas possibilidades que poderia encaixar em sua história, o romance, a comédia, o drama, eram muitas as ideias que percorriam a mente da garota, e sem ao menos perceber, ela havia chegado em casa. A mesma abre a garagem, adentrando a mesma com sua bicicleta, guardando a mesma e indo até a porta que dava pra cozinha, entrando na casa.

Vozes podem ser ouvidas da sala da grande moradia dos Berrycloth Sanchez, e a garota as segue, vendo serem seus avós, que assim que a vêem, abrem um sorriso.

— Então minha querida, como foi a aula? — pergunta sua avó, Ava, que estava sentada ao lado de Javier no sofá.

— Foi boa, muito boa. Eu vou fazer o roteiro de uma peça da escola, que será exibida pra cidade daqui uns 4 meses, e eu tenho uma semana pra escrever. Então eu já vou pro meu quarto. Mas eu amo vocês e desço pro jantar — a garota já ia se distanciando da sala, acenando para eles, que apenas acenam de volta, e a menina sobe as escadas.

— Acha que é uma boa ideia ela participar desta peça? O pai dela também gostava de teatro — Ava pergunta ao seu marido receosa.

— Ela não vai atuar, vai apenas escrever o roteiro, além de que ela não é igual ao pai dela — Javier coloca uma mão no ombro da esposa, a confortando, e a mulher apenas concorda.

Já em seu quarto, Sara fecha a porta do mesmo, se sentando na cadeira em frente a escrivaninha, ligando seu computador, se ajeitando na cadeira e esticando os dedos, logo começando a dedilhar pelo teclado, e logo as palavras começavam a se formar no documento em branco, e aos poucos, um texto.

— Teatro e atuação — a garota sussurra para si mesma, como se uma lembrança invadisse sua mente.