Capítulo 2

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E ele viu. Malfoy estava por perto quase o tempo todo. Harry não conseguia escapar dele. Julien veio com seus próprios problemas fora de Malfoy, é claro, mas Harry podia lidar com a ignorância, e por sorte, Julien não era burro.

"Vamos precisar dessas disposições para nossos homens no terreno", Harry informou ao homem mais velho enquanto revisava o relatório de alocação de fundos de Julien. Esta era a concessão que Julien fez para que Dawlish se aposentasse assim que descobriu que Harry não era uma certeza. Harry era o plano temporário de Julien para evitar decisões idiotas porque o sujeito simplesmente não sabia melhor.

"Vamos?" Julien perguntou com um sorriso tranquilo. Ele queria que Harry dissesse "deixa pra lá, nós podemos resolver isso". Ele queria apresentar a melhor linha de lucro e sair para os cargos mais altos dos quais Harry não podia se importar de adivinhar os títulos. Quando Harry não disse nada, o sorriso de Julien vacilou. "Entendi. Talvez uma lista detalhada com preços seja melhor para previsões futuras de orçamento baseadas em previsão."

"Mon cher," Malfoy chamou quando entrou no escritório de Julien. Ele usava óculos de sol volumosos com dois Gs dourados escritos em letras de bloco sobrepostas; as hastes eram pretas espessas que afinavam para se encaixarem atrás de suas orelhas. Malfoy espiou por cima da borda quadrada para olhar Harry por cima dos cílios longos. "Você tem companhia."

Harry recuou em sua cadeira. "Malfoy."

"Potter."

Um momento de silêncio tenso passou, e Julien deu uma risadinha amigável. "Ah, esta é a sua rivalidade, sim? Jovens são tão emocionais."

"Você não é velho, querido, você é distinto", Malfoy provocou com um franzir de lábios. Ele se sentou na ponta da mesa de Julien, e Julien pousou uma mão em seu quadril.

Harry viu seu próprio joelho batendo na frente dele. "Eu posso ir. Nós vamos falar sobre isso mais tarde, Sr. Perreault?"

"Julien, Sr. Potter, por favor," Julien pediu pela terceira vez. Harry deu a ele um sorriso tenso e entrou nas cubículos praticamente vazios. Seu escritório ficava em frente ao de Julien, já que ele era mais ou menos o assistente de Julien. Parecia ser mais com Julien do que jamais fora com Dawlish.

Harry esperou por vinte minutos, que se transformaram em trinta. Malfoy se retirou após corajosos quarenta e cinco minutos, passando por Harry sem notar seu apoio na parede.

"Jesus, Potter", Malfoy retrucou, com a mão sobre o peito. "Você está tentando me assustar de forma mais literal agora?"

"Eu nem mesmo estive tentando te assustar", Harry respondeu seco, "ou então você já teria ido embora."

"Sim, muito convincente", Malfoy disse com um revirar de olhos. Ele cruzou os braços, seu paletó preto largado e decorado com uma corrente brega que o mantinha em seus ombros. Por baixo, Malfoy usava uma camisa branca folgada no colarinho e calças brancas ajustadas, sua única concessão à estação. "Estou supondo que você estava espreitando por um motivo?"

"Por que você vem aqui com tanta frequência?" Harry explodiu. Esta era a terceira vez nesta semana que Harry saía do escritório de Julien porque Malfoy o fazia evitar estar em um espaço confinado com qualquer um dos dois homens. "Não é o suficiente você ter roubado para ele o cargo de chefe de um departamento que ele não tem habilidade para comandar?"

Malfoy pegou um pedaço de fiapo invisível de seu paletó. "E você acha que tem? Só porque você é bom como Chefe Subalterno?"

"Secretário. Sou Chefe do Secretariado, que é o cargo que normalmente dão ao cara que vai assumir o cargo de Chefe do departamento. Então, sim, eu diria que sou mais qualificado."

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