Capítulo 2

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No dia marcado, peguei um táxi e fui até o local. No total parecia ter umas dez mulheres. O que eles pediam era pra que estivessem realmente grávidas. Achei até engraçado. Nos deram um script e fizemos as cenas. Foi tudo muito rápido, mas me empenhei ao máximo.

Logo me disseram que iriam marcar um dia para o resultado.

E lá vou eu novamente no mesmo local.

Uma mulher... Mulher não, parecia uma menina, vinha em minha direção. Parecia estar de cinco meses, enquanto eu estava com quatro. Ela tinha cabelos pretos não muito longos, parecia ter uns olhos castanhos claros. Além de possuir uma feição muito alegre.

- Olá! – cumprimenta ela.

- Oi... – respondo.

- Meu nome é Ane James e o seu?

Seu nome não me era estranho, mas não me lembro de onde.

- Patrícia Alencar... Veio aqui pela propaganda?

- Sim... – diz ela pesarosa. – Um amigo meu me falou pra fazer isso e achei muito legal a ideia. Então aceitei...

- Não faz isso pelo que estão oferecendo?

Ela fica pensativa.

- Também! Preciso me sustentar de alguma forma... E o mercado de trabalho não aceitam vacas gordas...

Fico espantada com sua sinceridade.

- Eu também fui rejeitada em vários locais... – dou de ombros.

Somos recebidas em uma espécie de coquetel. Comemos até revirarmos os olhos.

- Já sabe o sexo do seu bebê? – pergunto.

- Não... – diz ela limpando a boca com um guardanapo de papel. – Ainda está muito novo ainda...

Sem querer olho sua barriga. Ela percebe. Fico muito sem grassa.

Ela solta um risinho. – Eu sei! To IMENSA! Culpo os potes de sorvete que tomo quase todos os dias...

- Oh! Claro... – não sabia onde enfiar minha cara. Queria que o chão se abrisse e me engolisse.

- E você? Já sabe? – me pergunta contente.

- Sim... Menina... – sorrio. Por mais que odiasse Alexandre ele conseguiu me dar um bem muito valioso. E com certeza seria capaz de morrer por ela...

- Quantos anos você tem? – me pergunta curiosa.

- 24... E você?

Ela fica um pouco embaraçada. – 19... Daqui uns 6 meses faço 20...

- Hm...

- Sei o que está pensando. Muito nova e tal. – vejo toda sua felicidade contagiante se evaporar de seus olhos. – Acho que foi na nossa primeira vez... Eu era virgem... – ela sorri sem graça.

Devolvo o sorriso com um toque de que entendia do que ela estava falando.

- Bom... Agora é passado... – sorri convicta. A felicidade retornou.

- As vezes é melhor deixar o passado no passado, não é mesmo?

- Oh! E como... Vejo que também sofreu... – ela alisa minha barriga.

Acordo a DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora