42| Corra, Corra por sua vida, amor

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"Eu acho que encontrei um novo vício.
Parece tão certo.
Corra, amor, corra.
Corra por sua vida, eu vou arrancar seu coração.
Ele sempre será meu.
Oh lá vai ela, enlouquecendo minha cabeça, diga que você me amará até a morte, por que eu vou"

Runrunrun - Dutch Melrose

ABBY
07/Outubro
2032


.
A porta da sala de Cayden se abriu e eu respirei fundo antes de entrar.

Ele estava sentado atrás de sua grande mesa de vidro, os olhos concentrados em alguns papéis a sua frente.

- Com licença, senhor Monacloz. - a assistente se aproximou da mesa dele - A senhora Atticus chegou.

Anunciou e ele ergueu os olhos, um sorriso largo surgindo em seus lábios quando me viu.

- Obrigado, Erika. Por favor, Abby, sente-se. - apontou para a cadeira a sua frente a qual eu sentei - Está tudo bem?

Perguntou e eu neguei.

- Pra ser sincera, não. - desabafei e ele soltou a caneta que segurava.

- Então acho que vamos precisar de uma bebida.

Concordei e ele se levantou e eu o acompanhei até o bar no canto da sala. Ele nos serviu com duas doses de uísque.
Tomei um gole antes de encarar seus olhos negros.

- Acho que você está ciente do que aconteceu com as crianças na noite da reunião. - ele concordou e eu suspirei olhando para o copo.

- Eu soube e ofereci ajuda, mas sua assistente recusou.

Apertei os lábios já ciente que Halldren não aceitou a ajuda dele.

- Mais eu entendo. Aceitar significaria algo que você não quer - concluiu e eu o encarei de novo.

- E se eu disser que quero?

Ele me encarou surpreso.

- Eu pensei que precisaria de mais tempo para pensar - pontuou e eu dei de ombros.

- O tempo é irrelevante. - murmurei e ele concordou.

- Então, acho que eu preciso de uma aliança - brincou e eu concordei.

Deixei o copo em cima da banca e umedeci meus lábios.

- Cayden, antes de oficializarmos qualquer coisa eu quero ter certeza que você está ciente de que tudo isso significa, que eu...

- Você nunca poderá me amar, e isso são só negócios. Eu já entendi, Abby, afinal, minha intenção sempre foi essa, apesar de pretender ter dar meu amor também - pontuou e eu concordei de repente aliviada.

- E eu vou precisar de um tempo para organizar tudo na máfia.

Ele concordou tomando todo o líquido do seu copo.

- Leve o tempo que precisar, eu já disse que não tenho pressa...

- Mais eu tenho. Porque se aquele desgraçado resolver comprimir com a ameaça eu preciso estar pronta.

- Eu entendo. Mais ainda estou confuso sobre o que pretende fazer depois do casamento? - perguntou e eu me encostei no balcão.

- Eu vou levar as crianças pro único lugar seguro do mundo, e sendo sua esposa, quem quer que ele seja vai pensar duas vezes antes de tentar algo. - expliquei e ele se aproximou.

- Sendo minha esposa, ninguém se quer vai pensar em tocar em vocês - garantiu e eu balancei a cabeça concordando.

Ciente de que ele era minha única chance, que uma aliança entre nossas famílias significava que eu estaria mil vezes mais segura, porque eu me odiaria se algo acontecesse com as crianças, odiaria se eles saíssem machucados ou se eu nunca mais os visse.

Profano 02Onde histórias criam vida. Descubra agora