𝐎𝐫𝐠𝐚𝐧𝐢𝐳𝐢𝐧𝐠 𝐦𝐲 𝐟𝐚𝐤𝐞 𝐥𝐨𝐯𝐞💍

𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏: 𝐎 𝐜𝐚𝐬𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐚 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐢𝐫𝐦ã

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De repente, a paz que pairava no meu apartamento é interrompida por um barulho irritantemente alto de um despertador.
É nesse momento que eu repenso toda a minha vida e penso em quando diabos programei essa coisa.

Abro os olhos resmungando, sentindo a claridade daquele apartamento totalmente aberto e sem cortinas batendo nos meus olhos. (Juro, quantas decisões horríveis eu tomo?)

Pego o celular irritante e desligo o alarme, até ver milhares de notificações aparecerem na minha tela e uma sensação de memória faltando invadir meu cérebro.
Forço minha mente na tentativa falha de me lembrar da noite anterior, até minha mente priorizar a lembrança da maior bomba de todas.

O casamento da minha irmã.
É hoje.
Para ser mais exata, deve estar acontecendo neste exato momento.

Minha mente entra em colapso e, sem tempo para qualquer outra reação, eu me jogo da cama, procurando qualquer sapato, pegando qualquer saia ou calça que encontrasse e só então percebo que estou com um moletom masculino que nunca vi na vida.

Sem tempo para pensar nesse fato intrigante, pego o primeiro tênis da porta, coloco uma saia preta jogada pelo chão e saio sem pensar duas vezes.

O maior desafio começa com a tentativa de amarrar meu cabelo rebelde e calçar aquele tênis infernal que me arrependo de comprar por ter tantos cadarços. Saio me batendo contra as paredes para tentar me apoiar, agradecendo aos deuses que todos naquele prédio já conheçam minha fama: A maluca do 201.

Corro ainda tentando encaixar um dos tênis no pé e na tentativa desesperada de parar as portas do elevador, mesmo sabendo que não ia conseguir fazer nenhum dos dois no final, até que uma mão as segura para mim.

É Antony, meu (quase) vizinho do andar de cima.

- Atrasada como sempre, hein? - Ele sorri radiante como sempre, e eu sinto meu ser sendo oprimido pelo sorriso branco e brilhante de Antony.

- Valeu. - É a única coisa que consigo dizer ainda tentando me estabilizar, me apoiando nos joelhos e recebendo um copo de café que Antony me entrega.

- Parece que pressenti sua chegada triunfal - ele fala, tomando um gole do outro café que tinha em mãos, ainda mantendo seu sorriso e olhar em minha direção. - Inclusive, você fez muito barulho chegando ontem, parecia que as paredes do andar de baixo iam cair. Bebeu muito?

Assim que ele fala, tento forçar minha memória de novo, recebendo um monte de borrões desses neurônios inúteis.

- Foi mal... eu devo ter bebido demais e tentado chegar no meu apartamento sozinha. - O silêncio se prolonga até eu completar: - De novo.

Antony ri e se volta para a porta do elevador, enquanto eu tento arrumar os fios soltos do meu cabelo até as portas se abrirem e eu sair correndo, sem me despedir de Antony.

Eu e ele somos assim.
Mas ainda consigo sentir o olhar dele queimando minhas costas.

Assim que chego à rua, sinto meu celular vibrar, revelando o nome de Amanda, ou, no caso, a cúmplice do meu crime ontem.

- AMANDA! - grito assim que aceito a chamada, recebendo apenas o barulho de garrafas do outro lado da linha. Depois de um longo tempo, ela finalmente parece focada na ligação que ela mesma fez e me responde.

- Amiga! E aí, tá de ressaca? Você deixou seu sutiã aqui, sua safadinha! Fez isso para eu ver, não é? - ela brinca, fazendo o tom mais lascivo que ouvi na vida e que só ela pode fazer.