Capítulo 4

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Óia nóis quí traveiz

Gente, eu vi uns trechos da Peça do Di e tô apenas apaixonada, principalmente depois de ter assistido o filme. Sabe? 

Queria, mas no caso moro no RS e não rola por enquanto hahahaha 

Compartilhado um fato totalmente aleatório kkkkk 

Vamos ao que interessa. 

Boa leitura.

bjbj

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Anos antes...

- Eles... eles... - Kelvin tentava contar o que havia acontecido, mas a verdade é que estava confuso demais.

Estava sozinho.

Seus pais morreram.

Sua avó...

"Vó Lourdes!"

Lamentou choroso em sua mente. Sua avó foi, desde sempre, sua cúmplice nas descobertas sobre sua sexualidade, protetora em suas escapadas na serra para ver seus namoradinhos.

Vó Lourdes foi seu porto seguro.

- Calma, guri. - Luana o abraçou contra o peito pela primeira vez e sentiu a conexão, que nunca se desfaria diante de nada, se formar de imediato. - Tu não tá sozinho, meu gurizinho. - Acariciou os cabelos avermelhados. - Eu tô aqui com você e vou estar sempre que precisar de mim.

- Não quero ser um peso em sua vida. - Tentou se afastar, mas a mulher não deixou. - Eu...

- Xiu... - Murmurou carinhosa.

Kelvin precisava daquele abraço. Ele... apenas aceitou. Seu coração, quebrado em tantos pedaços, parecia doer um pouco menos dentro daqueles braços.

- Obrigado... - rumorejou quebrado, mas também acalentado.

- Não me agradeça. - Beijou-o na testa.

"Você pode confiar nela."

Ouviu a cálida voz de Amaury em sua mente e sentiu o coração disparar uma vez mais. Pensava estar louco e não tinha coragem de contar a ninguém sobre as consequências do acidente.

Estava alucinando.

"Pode confiar em mim também, Kelvin."

O garoto fechou os olhos com força.

"Eu fiquei louco?"

Amaury riu compreensivo e o rapaz sentiu-se julgado.

"Nunca ouvi falar de alguém que começa a ouvir vozes e não seja taxado de louco."

Defendeu-se ofendido.

"Você não ouve vozes, menino. Você me ouve..."

Foi cortado de forma que considerou muito rude.

"Ah claro! Ouço uma única voz, agora sou menos louco."

Suspirou pesado e o silêncio se fez presente. Ainda estava em sua cama, tendo os braços de Luana o protegendo após a crise de pânico que o assolou ao chegar em casa e se ver, mais uma vez, só. Estava quase dormindo, quando ouviu.

"Sei que é estranho, mas você estava destinado a me encontrar..." houve hesitação em seu tom, mas logo continuou "ou quase isso. O fato é que eu não poderia estar aqui se você não fosse ele. Infelizmente não houve tempo para explicações ou apresentações cordiais. Eu mesmo quase não te reconheci, mas fico feliz por estar lá quando precisou de mim".

Quando a chuva passarOnde histórias criam vida. Descubra agora