Oiê
Sim, acabou.
Espremi tudo de mim para dar um final digno para eles e para vocês.
Agradeço imensamente a cada serzinho que me leu.
Espero que tenham uma boa leitura.
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- Me perdoa? - Kelvin se aproximou de um Ramiro concentrado em seu livro.
Nos fundos da casa eles haviam aberto espaço para ter um ambiente arejado onde passar o tempo. O chão era coberto por britas, havia um pergolado muito bonito, sobreposto por vidro fosco, nos mourões subiam trepadeiras, que em epoca de floração ficavam cobertas de flores amarelas; e nesse mesmo local havia duas redes penduradas, bem como alguns sofás de vime sobrepostos de almofadas macias.
- Por me acusar ou pela cena? - Ramiro estava confortável na rede e sentiu a proximidade do namorado, quando este saiu sem jeito pela porta de vidro, caminhando manso até onde estava.
- Por tudo. - Estalava os dedos nervosos. - Acusei minha mãe, acusei seu amigo e... - respirou fundo, fechou os olhos e voltou o rosto na direção do pouco sol que havia naquela manhã de domingo - você não tem culpa de nada, principalmente das minhas inseguranças, Rams. Me perdoa. - Sussurrou por fim.
- Pequitito. - Se ajeitou na rede e buscou as mãos, ainda juntas em frente ao corpo, dentro das suas, o fazendo sentar em um dos sofás, ficando frente a frente consigo quando também se sentou na rede. - Sei que tem vários medos e muitas caraminholas dentro da sua cabeça, mas preciso que me fale.
- Na maioria das vezes são coisas bestas, não quero ficar te incomodando com isso. - Respondeu com o olhar fixo nas mãos unidas entre eles.
- Nada é besta vindo de você. - Estendeu o carinho para o antebraço de pelos loiros. - Kel, eu me importo com cada pequeno pedaço de você; com todos os mínimos sentimentos que existe em seu peito.
- Eu me sinto confuso. - Titubeou.
- As pessoas gostam de julgar pessoas confusas. - Brincou em tom brando. - Gostam de por a culpa das merdas que acontecem nas próprias vidas nelas também. - Kelvin ergueu o olhar com mais desentendimento ainda. - Todo mundo foi confuso um dia, Kel, ninguém nasceu sabendo de tudo. - Sorriu e acariciou o rosto do outro. - Ninguém pode julgar quando se está tentando mudar, é confuso mesmo. - Fez-se um silêncio momentâneo. - Você está tentando mudar?
- Não quero mudar, só quero me entender. - Foi sincero.
- Isso também é bom. - Pontuou atento.
- Cada dia que passa, descubro algo novo que envolve minha vida passada ou mesmo a de agora e... - suspirou, retirou as mãos das de Ramiro, sentindo as dele cobrirem suas coxas - cara, é frustrante demais ser pego desprevenido a todo o instante.
- Nós não somos donos do futuro, Pequitito. - Esfregou as mãos sobre as pernas alheias, apenas para oferecer conforto.
- Também não fui dono do meu passado... - afastou as mãos do rosto e cruzou os braços sobre o colo, olhando nos castanhos que brilhavam em sua direção. - Isso deixa meu presente completamente confuso, perdido, sem um rumo.
- Segue teu coração. - Orientou de forma simples.
- Ele quer vingança. - Confessou baixinho, sem desviar o olhar.
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Quando a chuva passar
FantasyDiante de tanta desgraça o desespero se espalha. O alento há muitos quilômetros de distância. Um sentimento além de qualquer coisa que poderiam crer. Tempo é apenas um número. O segredo precisa ser revelado. Mas a que custo?