Oie
Gente, desculpa a demora...Semana horrível, zero inspiração... enfim...
Boa leitura
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- O que há com você, meu jovem? - Sr. Jão percebia que Ramiro estava ali apenas de corpo, pois a mente andava longe.
- Ô Jão! - Piscou inúmeras vezes para tentar voltar a prestar atenção no prontuário que tinha nas mãos. - Desculpa, não prestei atenção no que estava falando.
- E nem no que está lendo, sei bem. - O sábio homem comentou e desmontou o próprio médico.
- Cê me conhece bem demais, sabia? - Sorriu ao largar a prancheta sobre a mesa e sentar de lado na maca.
- Te conheço de muito tempo, Miro, não há como esconder nada desse velho. - A voz rouca trazia paz imediata pra o coração do mago.
- Ele ta aqui, Jão. - Os olhos pinicaram de imediato, sentindo as lágrimas querendo invadir sua visão.
- E por que eu ainda não o conheci?! - Indignou-se.
- Calma, meu velho. - Maria entrou naquele instante no quarto do marido. - Você não pode se agitar assim, querido. - Acariciou o rosto enrugado do homem e então se voltou para Ramiro. - Olá, meu filho, como está?
- Ô Dona Maria! Eu tava agora contando para Seu Jão que meu namorado está aqui na cidade, na minha casa. - Sorriu pequeno.
- Por que esse sorriso tão borocoxô? E por que eu ainda não conheço esse menino, Ramiro? - Bem menos exaltada, mas igualmente indignada se mostrava a esposa de seu paciente.
Ramiro riu com gosto.
- Pois era justamente o que eu perguntava pra ele, minha velha. - Jão se pronunciou, segurando a mão pequena da esposa.
O médico queria aquilo para sua vida. Um amor que durasse para o além vida. Alguém que o apoiasse e pudesse apoiar em igual importância. E encontrou, sabia disso, só precisava... conversar com Kelvin.
- Acho que eu fiz merda. - Ramiro abaixou os olhos para as mãos cruzadas sobre o colo.
- Não fale palavrões, menino! - Dona Maria deu um tapa leve no braço do médico, o repreendendo como se ainda fosse uma criança, arrancando um riso espantado do mesmo. - O que fez de errado para achar isso?
- Apresentei ele para Petra e... - Buscou os olhos sábios dos dois ali presentes - Juliano.
- É, aí cê foi moleque mesmo. - Jão sentenciou e Maria tinha a mão na testa.
- Meu filho, não é um problema você apresentar Juliano para ele, mas você chegou a conversar com seu namorado antes de fazer isso? - Maria sabia a resposta, mas mesmo assim seguiu o assunto.
- Não. - Coçou a nuca sem graça, com os dentes a mostra, aspirando chiado entre eles. - Esse foi o problema. O Pequitito sacou na hora e virou um pinscher raivoso, sem me deixar explicar nada.
- Eu não julgo. - Maria suspirou. - Mas ele também não está certo em não te deixar explicar algo.
- Um relacionamento é feito de diálogo, meu jovem. - A voz sábia de Jão ecoou de uma forma que mexeu com o peito de Ramiro. - Converse como menino e tenho certeza que vocês vão se entender.
- Vou conversar. - Respirou fundo, se levantou e ajeitou o jaleco branco com seu nome bordado ao lado do símbolo da medicina. - Mas antes eu preciso vencer meu plantão E - ergueu um dedo no ar para chamar a atenção dos dois ali - amanhã quando eu sair daqui, não quero ver vocês aqui.
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Quando a chuva passar
FantasyDiante de tanta desgraça o desespero se espalha. O alento há muitos quilômetros de distância. Um sentimento além de qualquer coisa que poderiam crer. Tempo é apenas um número. O segredo precisa ser revelado. Mas a que custo?