Capítulo 12

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Oie
Gente, desculpa a demora... 

Semana horrível, zero inspiração... enfim... 

Boa leitura

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- O que há com você, meu jovem? - Sr. Jão percebia que Ramiro estava ali apenas de corpo, pois a mente andava longe.

- Ô Jão! - Piscou inúmeras vezes para tentar voltar a prestar atenção no prontuário que tinha nas mãos. - Desculpa, não prestei atenção no que estava falando.

- E nem no que está lendo, sei bem. - O sábio homem comentou e desmontou o próprio médico.

- Cê me conhece bem demais, sabia? - Sorriu ao largar a prancheta sobre a mesa e sentar de lado na maca.

- Te conheço de muito tempo, Miro, não há como esconder nada desse velho. - A voz rouca trazia paz imediata pra o coração do mago.

- Ele ta aqui, Jão. - Os olhos pinicaram de imediato, sentindo as lágrimas querendo invadir sua visão.

- E por que eu ainda não o conheci?! - Indignou-se.

- Calma, meu velho. - Maria entrou naquele instante no quarto do marido. - Você não pode se agitar assim, querido. - Acariciou o rosto enrugado do homem e então se voltou para Ramiro. - Olá, meu filho, como está?

- Ô Dona Maria! Eu tava agora contando para Seu Jão que meu namorado está aqui na cidade, na minha casa. - Sorriu pequeno.

- Por que esse sorriso tão borocoxô? E por que eu ainda não conheço esse menino, Ramiro? - Bem menos exaltada, mas igualmente indignada se mostrava a esposa de seu paciente.

Ramiro riu com gosto.

- Pois era justamente o que eu perguntava pra ele, minha velha. - Jão se pronunciou, segurando a mão pequena da esposa.

O médico queria aquilo para sua vida. Um amor que durasse para o além vida. Alguém que o apoiasse e pudesse apoiar em igual importância. E encontrou, sabia disso, só precisava... conversar com Kelvin.

- Acho que eu fiz merda. - Ramiro abaixou os olhos para as mãos cruzadas sobre o colo.

- Não fale palavrões, menino! - Dona Maria deu um tapa leve no braço do médico, o repreendendo como se ainda fosse uma criança, arrancando um riso espantado do mesmo. - O que fez de errado para achar isso?

- Apresentei ele para Petra e... - Buscou os olhos sábios dos dois ali presentes - Juliano.

- É, aí cê foi moleque mesmo. - Jão sentenciou e Maria tinha a mão na testa.

- Meu filho, não é um problema você apresentar Juliano para ele, mas você chegou a conversar com seu namorado antes de fazer isso? - Maria sabia a resposta, mas mesmo assim seguiu o assunto.

- Não. - Coçou a nuca sem graça, com os dentes a mostra, aspirando chiado entre eles. - Esse foi o problema. O Pequitito sacou na hora e virou um pinscher raivoso, sem me deixar explicar nada.

- Eu não julgo. - Maria suspirou. - Mas ele também não está certo em não te deixar explicar algo.

- Um relacionamento é feito de diálogo, meu jovem. - A voz sábia de Jão ecoou de uma forma que mexeu com o peito de Ramiro. - Converse como menino e tenho certeza que vocês vão se entender.

- Vou conversar. - Respirou fundo, se levantou e ajeitou o jaleco branco com seu nome bordado ao lado do símbolo da medicina. - Mas antes eu preciso vencer meu plantão E - ergueu um dedo no ar para chamar a atenção dos dois ali - amanhã quando eu sair daqui, não quero ver vocês aqui.

Quando a chuva passarOnde histórias criam vida. Descubra agora