Primavera.

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Emma lida com a separação dos pais em casa, não priorizando seu bem-estar e focando a sua atenção na ausência familiar.

- Eu sinto que não consigo mais lidar com tudo isso, tenho tentado o melhor para que as coisas sejam boas para nós. - Diz Olivia, mãe de Emma, enquanto arruma as suas malas, sem pensar muito em Emma ou Karina, apenas em si mesma naquela situação.

- Mas e Karina? A minha preocupação não é o papai, eu consigo lidar com isso, a sua ausência não me importa se eu estiver ele do meu lado. Mas a Karina vai se importar, ela ainda não tem um pensamento racional para ter noção do que está acontecendo, isso vai doer mais nela do que em mim. - Diz Emma enquanto lacrimeja, tentando impedir que tudo aquilo acontecesse, mas sem sucesso, ela nota que não há nada que possa mudar o que está acontecendo. Então apenas se joga no chão tentando convencer a sua mãe de ficar, a garota insiste chorando sem parar.

- Por que você está fazendo isso comigo? Estou tentando o meu melhor, desde que nos mudamos para essa nova cidade tudo tem sido diferente, você e papai não brigam mais tão constantemente não tem por que insistir nessa ideia mamãe!! - Diz Emma sentindo suas mãos geladas, e seu rosto vermelho, seus olhos doerem, as lágrimas escorrendo e molhando sua camisa.

Em um instante tudo deixa de se tornar algo consciente, parecendo uma cena de filme, mas é a realidade, pensa inconscientemente Emma.

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Em um novo dia na primavera de setembro, Haole acorda uma hora antes de iniciar um "ritual" de beleza, para terminar a sua pintura na sala de estar, as flores amarelas em tons pastéis misturados com vermelho, borboletas brancas ao lado com um toque de delicadeza.

- Eu acredito que essa seja de fato a pintura que mais admirei, em vista de muitas outras que pintei. - Diz Haole, com a blusa manchada de tinta com várias cores diferentes em detalhes, sorrindo com o pincel na mão direita enquanto coloca suas mechas do cabelo para trás da orelha, é importante ressaltar que os cabelos estão curtos não alcançando mais a sua cintura, e sim, seus ombros.

- Eu achei artístico, você pensa em competir usando isto? É interessante, lindo e criativo Haole. - Diz Jolie, ao lado de Mary, as duas juntas comentam a respeito da pintura.

A garota ruiva agradece, e se sente feliz que ambas pensem da mesma forma igualmente a respeito.

- É engraçado como Haole sempre pinta coisas como borboletas ou flores, isso soa tão delicado da parte dela, e sem contar que a última pintura retratou laços vermelhos no cabelo. – Mary fala, sorrindo enquanto olha para Haole e Jolie, sentindo uma euforia de momento, não é estressante estar com amigos que são importantes em sua vida, é o que ela pensa, mas será que é justo confiar tanto em pessoas próximas? Mary também se sente pensativa sobre tudo aquilo.

- Bom, nós não deveríamos ter acordado tão cedo ainda são 5:04 da manhã, que loucura eu deveria estar aproveitando mais um pouco do meu sono. - Diz Jolie cruzando os braços e se sentando no sofá da sala, se cobrindo com o lençol que estava ali e adormecendo enquanto vê Mary conversar com Haole.

- Às vezes me sinto uma idiota. - Diz Mary, se sentando ao lado de Haole puxando uma das cadeiras ali perto, ela decide desabafar com a ruiva.

- É normal, acho que todo mundo se sente idiota as vezes, eu me sinto idiota, e está tudo bem, mas uma grande parte não demonstro, é que tenho medo de desmoronar visivelmente na frente das outras pessoas, aquelas que não enxergam meu valor e não prestam atenção nos detalhes mínimos que venho demonstrando a algum tempo. - Haole diz, fazendo uma divisão de cores com preto e rosa ela mistura nas borboletas brancas fazendo uma representação de sentimentos a flor da pele.

A outra metadeOnde histórias criam vida. Descubra agora