será meu filho até eu dizer o contrário (cancelada)

1- Mágoa

Quando meu despertador toca, sinto um peso em cima de mim, olho pra cima do meu peito e vejo Anthony dormindo e tento me lembra o que aconteceu..... Há sim, eu e meu pai brigamos.....de novo, já estava cansativo eu sei mais não é tão simples, meu velho é alguém teimoso e cabeça dura, o alvo no novamente foi o coitado do Lawrence, eu sair em defesa do dito cujo como sempre e papai não gostou muito, mas ontem a briga foi muito pior do que antes, muito mesmo, meu queixo ainda tá doendo por causa do murro, Anthony dorme aqui por que quando eu e meu pai brigamos, ele escuta o meu desabafo, tudo que eu sinto e depois assistimos alguns filmes comendo besteira até tarde, uma noite dos irmãos digamos assim.

Nunca gostei muito do Karatê pois foi ele que praticamente impôs uma barreira entre eu e meu pai, o senhor Myiang sempre dizia que meu lugar é em outro lugar, ele via que eu fazia karatê para orgulhar meu pai.

"Não se force a fazer algo que não gosta"

Era o que ele sempre dizia, Sam é minha irmã gêmea, mais nova por 2 minutos e é a princesinha do papai, sempre me pergunto como ele consegue a atenção dele tão fácil.

Eu não estou com ciúmes, longe disso, mas é que eu fico magoado, magoado não com Sam mais com o meu pai, quantas vezes eu fiquei acordado até tarde estudando, gabaritava várias provas escolares e quando ia mostrar a ele, ele ao menos prestava atenção.

Ainda era......05:05 da manhã, meus pais ainda estavam dormindo, me levanto com cuidado para não acordar ele e cubro ele e vou tomar um banho, saiu com o cabelo molhado e sem camisa deixando uma tatuagem de cobra rei subindo no meu braço direito à mostra, meus cabelo não eram tão longos mais não eram curtos e eu gostava assim, negros como a noite, meus olhos eram azuis herdados do meu avô e minha mãe, tenho uma cicatriz na minha clavícula onde eu desloquei quando era menor ao cair de uma árvore e por algum motivo ainda não identificado, meu osso ficou exposto mais não quebrou nem nada do tipo e uma outra cicatriz fazendo um X na minha bochecha e eu não me lembro como caçambas eu conseguir.

Desço até a sala que estava um pouco escura e me sento no chão de costas para o sofá, eu estava começando a me arrepender de ter brigado com o meu pai, pq apesar de tudo, ele ainda era meu pai e eu amava ele demais.

Sou tirado dos meus pensamentos quando sou enrolado em um cobertor.

Vc vai ficar resfriado-a voz da minha mãe chega nos meus ouvidos e eu dou uma leve risada

Desculpa-murmuro

Vejo minha mãe pegar um pente e sorrio levemente, era um ritual nosso que criamos, sempre que precisávamos desabafar ou eu ou ela pegava um pente e penteamos o cabelo enquanto conversamos, um pequeno ritual simples mais simbólico.

Como está o seu queixo?- pergunta, minha mandíbula ainda tinha um leve hematoma avermelhado do murro que meu pai me deu.

Tá melhorando, como está o pai?- ouço ela resmunga, mesmo ele tendo feito o que fez eu ainda me preocupo com ele. 

Não sei, Daniel dormiu no quarto de hóspedes, não sei se ele se arrependeu ou não- ela responde

A senhora mandou ele dormi no quarto de hóspedes?-pergunto, mamãe geralmente iria dá um carão daqueles no pai e aí sim fazer ele dormir no quarto de hóspedes

Não, ele se trancou lá-responde

Olho pra frente na mesa tem alguns porta-retratos, fixo meu olhar em uma em específico

Era uma foto minha e do Tony, ele tinha uns 5 ou 6 anos e estava sentado no sofá enquanto eu com 9 ou 10 anos estava com um casaco azul e abraçava o Anthony, foi naquela idade que eu comecei a tentar chamar a atenção do meu pai, acho que parei com 14 ou 15 anos pois estava chato e eu fiquei resignado que meu pai não gosta de mim.