Epílogo - A ETERNIDADE

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Eu arrumava nossas coisas pelo que parecia a milésima vez

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Eu arrumava nossas coisas pelo que parecia a milésima vez. Era sempre o mesmo motivo: quanto mais cedo começássemos em um lugar, mais tempo ficaríamos nele.

Mesmo assim, eu não tinha do que reclamar. Minha família eterna estava toda junta, e agora, depois de cento e cinquenta anos, estávamos voltando para Forks.

A última vez em que fui na cidadezinha desimportante onde nasci foi para sepultar meu pai. Ele morreu de causas naturais aos noventa e seis anos de idade, e não poderia ter sido mais feliz, exceto por ter me perdido, é claro. Um pai nunca supera a morte de um filho.

Mas ele continuou sua vida. Casou-se com Margareth, a mãe do Paul, com quem teve um casal de gêmeos. O menino John era assustadoramente parecido com o Paul, e a menina Sophie tinha o mesmo temperamento explosivo do irmão mais velho.

Ambos se tornaram lobos na adolescência, isso fez os líderes quileutes perceberem que os genes não vinham apenas do pai, como todos pensavam, mas podiam vir da mãe, se essa não se transformasse.

Apresentado ao mundo sobrenatural por causa da transformação dos filhos em lobos gigantes, Charlie passou a ser guardador do segredo, e a dor que sentia por me perder se dissipou quando soube que eu não estava morta, mas que tinha sido transformada em um ser sobrenatural.

Eu ainda me lembrava do dia em que Jacob me ligou para contar o que aconteceu e pedir que eu voltasse a Forks. Sem a ameaça dos Volturi e com alianças formadas entre nós e todas as espécies sobrenaturais, Carlisle me autorizou a ir.

Em seus últimos trinta anos de vida, Charlie conviveu com a neta e comigo todos os anos, nas férias. Não podíamos nos mostrar na cidade, é claro, por causa de todos que achavam que eu estava morta, e por parecer igual a quando desapareci... Ou quase... Então ele costumava ir nos ver na mansão Cullen ou nós pagávamos passagens para ele e sua família nos encontrarem em alguma cidade turística.

Meu pai viveu plenamente. Conheceu o mundo. Teve um casamento feliz e filhos que completaram sua vida. Era isso que importava no final das contas, por isso eu não podia estar longe quando ele ficou fraco demais até para falar comigo ao telefone.

Eu passei seus últimos dias ao lado da cama dele, e quando Charlie se foi, eu estava lá, segurando sua mão. Eles o levaram para preparar para o sepultamento e eu continuei lá, no quarto dele, chorando.

No cemitério, ninguém sabia que eu estava com Nádia e Emmett observando toda a cerimônia e soluçando, com dor, mas eu estava.

Bem, quase ninguém sabia. Os lobos quileutes sentiram nosso cheiro e vieram falar conosco depois do funeral de Charlie.

A maioria dos lobos que conheci quando ainda humana já não se transformavam mais. Alguns já haviam morrido. Sam, Jared, Quill e outros que encontraram seus imprintings decidiram parar de se transformar para voltarem a envelhecer porque não queriam viver muito tempo depois que suas amadas partissem.

Quando Você Me OlhaOnde histórias criam vida. Descubra agora