Um alfa visitante

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Mitsuki torceu o nariz em direção a Katsuki, ele andava sumindo durante suas tarefas e não lhe dava satisfações. Vê-lo fugir das ômegas que se ofereciam se tornou hábito de seu dia a dia, mas naquele em específico ela mordeu a língua ao ver seu suposto amado filhote rejeitando tantas prendas.

A época do cortejamento, onde a maioria dos animais saiam de seus esconderijos após o inverno para buscar comida e consequentemente viravam caça também.

Por mais que qualquer um rosnasse de desgosto por ter seus sentimentos rejeitados, eles não podiam fazer nada contra o líder com coração de gelo. Bakugou não ligava para ninguém, muito menos para aqueles que tentavam se aproximar para tirar uma lasquinha.

Nem mesmo Yu ou Camie conseguiram se aproximar naquele dia, Katsuki estava com um imenso mau humor por um único motivo: Midoriya não havia aparecido.

A semana estava seguindo de forma estranha e desta forma, suas ações refletiam na alcateia desconfiada.

Kirishima entendia aquele desânimo, mas não podia fazer nada em relação ao ômega desaparecido.

Apenas em um único dia naquela semana, quando caçou uma coruja desavisada que procurava por ratos voando baixo entre as árvores, que aquele ser magnífico deu as caras. Izuku não parecia alegre, muito menos animado para fazer qualquer coisa.

Ele se deitou naquela pedra e fechou os olhos tentando descansar, mas a presença do alfa foi algo que o fez despertar de seu amargor.

A ave de penas brancas foi uma surpresa, a cauda abanando, orelhas para trás e a boca aberta com a língua para fora como um sorriso. Izuku resmungou baixo como uma risada e se sentou, inesperadamente Bakugou fungou em seu pescoço procurando por algo de errado através de seus feromônios, mas apenas encontrou uma leve tristeza e cansaço. Uma lambida o alcançou abaixo do olho, Katsuki repetiu o movimento mais quatro vezes antes de se deitar ao lado do ômega tristonho, mas no dia seguinte quando pensou que poderia alegrá-lo, Izuku sumiu novamente.

Camie pensou em se aproximar de Bakugou, mas o rosnado bruto que afugentou até mesmo Kota, a impediu de continuar.

Sobrancelhas franzidas, dentes prensados uns nos outros e seu jeito agressivo vieram à tona. Era como encarar o Katsuki de dezessete anos que odiava seguir regras e que odiava as ordens de sua mãe e suas expectativas ridículas.

O loiro trançava uma cesta de palha totalmente distraído sentado sobre um barril perto do celeiro. Ele agradecia por aquele lugar ser tão calmo.

— Katsuki. — Mitsuki chamou incomodada com seu filho. — Não está fazendo seu trabalho direito, está sumindo todos os dias em horários aleatórios e agora está de mau humor. — listou nos dedos. — Prometi ao seu pai que te deixaria em paz, mas você me age como uma criança de novo!

— Faz o trabalho você então! — ele largou o objeto que estava em suas mãos.

Porra, quando ele achava que teria um pingo de paz longe de todos, aquela mulher aparecia para lhe infernizar.

— Existem muitas mulheres bonitas por aqui-

— Não vou me casar com ninguém, caralho! — rugiu irritado e a alfa franziu o cenho com aquela frase.

Bakugou estava irritado demais para ser apenas estresse.

— O que está acontecendo? Você e seu pai estão de segredinho e eu fico de fora igual trouxa. — pôs as mãos na cintura.

— É o meu pai, coisa de homens, nada do que a gente faz é da sua conta.

Aquelas palavras fizeram uma veia saltar na testa da bela mulher. O alfa não esperava ser atacado pela antiga líder em sua forma animal.

A Arte do Cortejamento - Bakudeku ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora