Um ômega fugitivo

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Desde que Katsuki sumiu naquele dia por algumas horas, a semana passou estranhamente calma.

Camie e Yu, assim como outras ômegas e mulheres de outros subgêneros, até mesmo alguns homens, decidiram fuçar onde não deveriam.

Bakugou fez suas tarefas normalmente como sempre, misteriosamente não foi incomodado por Mitsuki — cortesia de Masaru.

O único hábito novo que o loiro tinha foi inspecionado e ele era ir até o rio da divisão dos territórios. Às vezes ele dormia sobre uma pedra ou a beira da correnteza, às vezes pagava peixes e os devorava ainda frescos.

Ele estava sempre atento e parecia esperar por alguém.

Talvez aquelas duas semanas que se passaram em seguida estivessem demorando demais e aquele dia em específico, estava mais estranho que o habitual.

— Parece que vai chover. — Kirishima encarou o céu e largou uma caixa de madeira com frutas dentro.

— Eu tive que ajudar a recolher os animais, todos estavam soltos e se realmente chover, ela vai vir forte. — Hanta se apoiou em cima do balcão da serralheria assim que entrou no local.

O ambiente lotado de ferramentas e projetos era agradável.

— Katsuki. — o ruivo chamou vendo o amigo se sentar em uma cadeira. — Ele não apareceu de novo?

O loiro mal havia chegado e já estava cansado.

— Não. — disse simples.

— De quem estão falando? — o beta fez bico ao apoiar o rosto com a mão.

— Do peguete do nosso líder. — sorriu mostrando as presas enquanto era fuzilado pelo outro alfa. — Um ômega masculino, uma raridade entre as raridades, mas ele pertence ao território do outro lado do rio. — fez uma careta no final, ele não gostava do outro território.

— Uh! — emitiu um barulho e sorriu. — Um amante?! E ômega homem, isso existe?

— Eles estão se encontrando já faz um tempo, só o vi uma vez como lobo, mas ele foi bem amigável comigo e é bem menor que você. Ele tem um cheirinho bom. — riu puxando um banquinho. — E o nome dele, já sabe qual é?

— Izuku Midoriya. — o alfa líder respondeu e bocejou em seguida, tinha passado a madrugada inteira acordado.

— Se sabe o nome dele, deve saber da aparência. — Sero sorriu sugestivo. — Ele é bonito?

O loiro suspirou, aqueles dois eram pragas em sua vida.

— Sim, ele é. — enrolar não iria adiantar de nada, então apenas respondeu tranquilamente enquanto cruzava os braços.

— Quero detalhes, garanhão. — Eijirou zombou.

— Olhos verdes, tem sardas, pele clara e cabelo verde escuro.

— Que cor estranha para um cabelo. — o único moreno riu.

— Se isso é estranho, o Shoto é bizarro então. — o ruivo se tremeu.

— Falando mal de mim na cara dura? — aquela voz provocou calafrios em Kirishima.

— Não estava em expedição, meio-a-meio? — Bakugou ergueu o olhar para o beta de cabelo dividido em vermelho e branco.

Os olhos heterocromáticos encararam de cima a baixo aquele trio irritante que o acolheu anos atrás.

— Consegui algumas ervas de outras áreas para plantação, muitas são medicinais, então vão nos ajudar bastante. — ele se aproximou de Bakugou. — Consegui algumas alianças com alcateias distantes, é fácil quando você não é arrogante e nem cabeça dura. — provocou.

A Arte do Cortejamento - Bakudeku ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora