Capítulo 5

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A lua cheia iluminava a clareira, banhando a pequena cabana de madeira em uma luz prateada

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A lua cheia iluminava a clareira, banhando a pequena cabana de madeira em uma luz prateada.
Catarina, envolta em seu casaco, tremia mais pelo nervosismo do que pelo frio. Ela levantou a mão e bateu na porta de madeira envelhecida. Do outro lado, Nadine abriu uma pequena brecha na porta com uma expressão severa no rosto.

— Posso entrar?

Catarina sentiu um nó na garganta, mas manteve-se firme. Ela ergueu o olhar, encontrando os olhos de Nadine.
Havia um silêncio tenso entre elas, onde as palavras não eram necessárias para expressar a profundidade das emoções.

Seus olhos castanhos estavam turvos, revelando a vulnerabilidade que ela raramente mostrava. Ela segurava a maçaneta da porta, esperando que Nadine não cerrasse a porta completamente, com uma delicadeza quase frágil, como se estivesse pronta para se retirar a qualquer sinal de rejeição, mas ao mesmo tempo, desejava desesperadamente ser acolhida.

— O que você quer aqui? Veio destruir o resto das minhas coisas? Já não está satisfeita o bastante? – Nadine perguntou, a voz dura como aço e um tanto relutante em deixá-la entrar.

— Não, eu não quero fazer isso... – Respirou fundo escolhendo as melhores palavras. — Eu quero me desculpar.

Nadine suspirou profundamente e deu de ombros, seus ombros relaxando um pouco enquanto abria espaço para que Catarina passasse. Sem dizer uma palavra, Nadine voltou sua atenção para a cama, onde várias peças de roupa estavam espalhadas.

Ela pegou uma camiseta azul desbotada, dobrando-a descuidadamente antes de colocá-la na mala aberta. Sua expressão era um misto de resignação e concentração, suas mãos moviam-se mecanicamente enquanto dobrava mais uma peça de roupa, mas sua mente estava claramente em outro lugar.

— O que você está fazendo? Você tá indo embora, é isso?

— Não é isso que você quer? E aí você vai poder parar de se sentir tão ameaçada ou talvez procure outra pessoa pra atormentar e humilhar e então, assim, você se sinta melhor consigo mesma. – Disse embolando uma camiseta de forma desajeitada e a enfiando com força na bolsa.

— Não, não é isso. – Catarina deu dois passos à frente tentando não encarar a garota de cabelos loiros. Constrangida, direcionou o olhar para a janela no seu lado direito, observando dois garotos chutarem uma bola no gramado.

— E quer saber? Você venceu! Parabéns. – Disse Nadine aumentando o tom de voz, cada palavra carregada com indignação.

Catarina sabia que tinha cometido um erro, um que não podia simplesmente lavar com água e sabão. Apenas olhava para garota, deixando que ela dissesse o que quisesse dizer. Ela sentia que Nadine estava engasgada com as palavras há muito tempo.

— Meu Deus, somos duas babacas. Eu não sou melhor que você. É por isso que eu envergonho a minha família. — Nadine respirou pesado e continuou. — E mais cedo, aquela garota estava tirando fotos e filmando tudo. Por que eu estou sempre cometendo os mesmos erros? – Colocou a mão na cabeça, os dedos se entrelaçando em seus cabelos enquanto começava a andar em círculos pelo quarto, desorientada.
A cada passo, parecia afundar mais em seu próprio desespero. O quarto, que antes parecia apenas um espaço físico, agora parecia apertar ao redor dela, cada parede um lembrete dos erros e das expectativas não cumpridas.

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