A lua cheia iluminava a clareira, banhando a pequena cabana de madeira em uma luz prateada.
Catarina, envolta em seu casaco, tremia mais pelo nervosismo do que pelo frio. Ela levantou a mão e bateu na porta de madeira envelhecida. Do outro lado, Nadine abriu uma pequena brecha na porta com uma expressão severa no rosto.— Posso entrar?
Catarina sentiu um nó na garganta, mas manteve-se firme. Ela ergueu o olhar, encontrando os olhos de Nadine.
Havia um silêncio tenso entre elas, onde as palavras não eram necessárias para expressar a profundidade das emoções.Seus olhos castanhos estavam turvos, revelando a vulnerabilidade que ela raramente mostrava. Ela segurava a maçaneta da porta, esperando que Nadine não cerrasse a porta completamente, com uma delicadeza quase frágil, como se estivesse pronta para se retirar a qualquer sinal de rejeição, mas ao mesmo tempo, desejava desesperadamente ser acolhida.
— O que você quer aqui? Veio destruir o resto das minhas coisas? Já não está satisfeita o bastante? – Nadine perguntou, a voz dura como aço e um tanto relutante em deixá-la entrar.
— Não, eu não quero fazer isso... – Respirou fundo escolhendo as melhores palavras. — Eu quero me desculpar.
Nadine suspirou profundamente e deu de ombros, seus ombros relaxando um pouco enquanto abria espaço para que Catarina passasse. Sem dizer uma palavra, Nadine voltou sua atenção para a cama, onde várias peças de roupa estavam espalhadas.
Ela pegou uma camiseta azul desbotada, dobrando-a descuidadamente antes de colocá-la na mala aberta. Sua expressão era um misto de resignação e concentração, suas mãos moviam-se mecanicamente enquanto dobrava mais uma peça de roupa, mas sua mente estava claramente em outro lugar.
— O que você está fazendo? Você tá indo embora, é isso?
— Não é isso que você quer? E aí você vai poder parar de se sentir tão ameaçada ou talvez procure outra pessoa pra atormentar e humilhar e então, assim, você se sinta melhor consigo mesma. – Disse embolando uma camiseta de forma desajeitada e a enfiando com força na bolsa.
— Não, não é isso. – Catarina deu dois passos à frente tentando não encarar a garota de cabelos loiros. Constrangida, direcionou o olhar para a janela no seu lado direito, observando dois garotos chutarem uma bola no gramado.
— E quer saber? Você venceu! Parabéns. – Disse Nadine aumentando o tom de voz, cada palavra carregada com indignação.
Catarina sabia que tinha cometido um erro, um que não podia simplesmente lavar com água e sabão. Apenas olhava para garota, deixando que ela dissesse o que quisesse dizer. Ela sentia que Nadine estava engasgada com as palavras há muito tempo.
— Meu Deus, somos duas babacas. Eu não sou melhor que você. É por isso que eu envergonho a minha família. — Nadine respirou pesado e continuou. — E mais cedo, aquela garota estava tirando fotos e filmando tudo. Por que eu estou sempre cometendo os mesmos erros? – Colocou a mão na cabeça, os dedos se entrelaçando em seus cabelos enquanto começava a andar em círculos pelo quarto, desorientada.
A cada passo, parecia afundar mais em seu próprio desespero. O quarto, que antes parecia apenas um espaço físico, agora parecia apertar ao redor dela, cada parede um lembrete dos erros e das expectativas não cumpridas.
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Segredo Real | ⚢
Teen FictionUma foto um pouco borrada de Nadine estampava a manchete de um jornal que sinalizava: "Princesa é flagrada beijando garota desconhecida". E pronto, todo o país de Ferindor estava especulando sobre a sua sexualidade e se ela não estaria mais vivendo...