Capítulo 4

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Já era manhã novamente, lá para às dez, quando Catarina apareceu bloqueando o sol que aquecia sutilmente, fornecendo uma sensação agradável e uma dose de vitamina D à pele de Nadine

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Já era manhã novamente, lá para às dez, quando Catarina apareceu bloqueando o sol que aquecia sutilmente, fornecendo uma sensação agradável e uma dose de vitamina D à pele de Nadine.
A garota que estava deitada no gramado e lia um livro qualquer que, ela ainda não havia decidido ser bom ou ruim, sentiu uma sombra pairar sobre ela.

— Onde estão as minhas coisas? – Catarina fala com uma expressão descontente no rosto.

— Como assim? Eu não sei sobre o que você está falando.

Nadine levanta o óculos de sol para visualizar com clareza a garota parada na sua frente.

— É sério, eu gosto muito daquela camisa.

— É, eu não tive nada a ver com isso.

Nadine volta a folhear o livro em mãos com aparente interesse, como se o conteúdo fosse mais fascinante do que a conversa que deveriam estar tendo, tratando o assunto e a garota com desdém.

Ela virou uma página com um movimento deliberado, fingindo ignorar a intensidade dos olhares entre elas. Catarina, por sua vez, mordia o lábio inferior, lutando para encontrar as palavras certas que poderiam romper a barreira de indiferença que Nadine erguera.

— Olha, não é porque eu impliquei um pouco com você no primeiro dia que você precisa ser uma total tirana agora em diante.

— Quer dizer como você age o tempo todo?

Catarina bufa, vira-se de costas e sai batendo os pés, claramente contrariada. Nadine fecha o livro com um suspiro pesado e joga-o de lado – cena essa que mataria qualquer leitor – e também se sente frustrada, nem ela mesma aprovava como andava agindo nos últimos dias.

Ela levanta resolvendo caminhar um pouco, decidida a esfriar a cabeça, já que seu momento de harmonia matinal havia sido completamente arruinado.

O frescor das árvores ajudava a acalmar o seu espírito conturbado. Caminhou sem rumo tentando se livrar da sensação de culpa que a assombrava.

Foi então que, ao passar perto de um velho galpão, ela avistou algo familiar atrás de uma árvore. Aproximando-se, Nadine viu as roupas e os sapatos de Catarina, os mesmos que ela havia escondido enquanto corria, mas nem se lembrava onde estavam com precisão.

Com um suspiro profundo, pegou as coisas e começou a caminhar de volta à área de cabanas, decidida a devolver tudo e reparar um pouco o estrago feito.

— Estava atrás de uma castanheira, ao lado do galpão. – Diz se aproximando de Catarina que tomava café no refeitório junto a outra garota de cabelos curtos.

— O quê? – Catarina diz se fazendo de sonsa.

— As suas coisas.

Nadine atira as roupas no colo da garota e se retira em direção a sua cabana, se sentindo um pouco melhor. O semblante emburrado de Catarina se desfaz e ela sorri satisfeita e de modo amigável depois que a garota sai pela porta. Ao seu lado, a garota de cabelos curtos a observa tentando entender a situação, um tanto enciumada.

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