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ELISA BELFORT"Por que permitir tudo isso?"

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ELISA BELFORT
"Por que permitir tudo isso?"

Acordei toda enrolada no lençol. Percorri meu olhar pela cama e lembrei da noite anterior.

Um arrepio percorreu pelo meu corpo.

Senti tudo novamente. Que angústia. Que nojo.

Afastei essas péssimas lembranças e criei coragem para levantar e fui até o espelho. Abracei o meu corpo. Chorei. O que estava acontecendo comigo? Por que permiti tudo isso? Por que não tive forças para lutar contra esse casamento?

Agora é tarde!

Tomei um banho e coloquei um conjunto em linho na cor azul bebê. Desci e já ouvi a voz do Benício. Quando adentrei a cozinha, ele estava encostado no balcão e o homem fazendo sei lá qual espécie de comida.

Abracei o meu filho e foi aquilo tudo que precisava. O seu abraço. Estar perto dele. O Benício é tudo para mim. É meu aconchego, minha paz, minha alegria..

Vi que o homem se aproximava da gente quando falou:

— Vamos ter um evento da empresa, a família estará presente. Umas seis horas quero vocês prontos. - ele diz, e o encaro.

— Quem confirmou a nossa presença? - pergunto.

— Você acha que precisa confirmar algo? Ouviu quando comentei que a família estará presente? - repetiu.

— Não sei se contará com a nossa presença nesse evento. - repito.

— O seu pai.. - interrompi ele.

— Com o meu pai eu me resolvo. - forcei um sorriso. — Já tomou café, filho? - olho para ele que assente.

— Fala para sua mãe que comemos bolo e um pouco de torta. - o homem da meia volta no balcão e volta a fazer as coisas dele.

Olho para meu filho que concorda com a cabeça.

— Deixei um pedaço de torta e de bolo para você. - o homem olha para mim.

Continuo calada.

Segurei a mão do meu filho e fomos para sala.

— Mamãe, não vai comer? - ele pergunta, me abraçando assim que sentamos no sofá.

— Já já, meu amor. Vamos ficar juntinhos? - pergunto e ele sorri.

•••

Estaciono o carro na garagem e saio para ajudar o Benício a descer com as coisas. Quando me afasto, levo um susto ao ver meu pai parado na pilastra.

— Quer me matar de susto? - coloco a mão no peito.

Vejo o homem todo elegante se aproximar de mim e do Benício. Pega as bolsas e faz sinal para que abra a porta.

— Obrigada! - agradeço e peço para o Benício ir tomar banho já que está todo suado de tanto correr.

— O Javier falou que você não quer ir ao evento. - seu semblante é sério.

Sempre foi assim.

—A família toda estará lá. - ele complementa.

— E? - olho para ele que está tão sério ao ponto de achar que logo ele explode.

— Como "e"? Elisa, é um evento importante para mim. Para nossa família. Ou melhor, para nossa empresa. - diz.

— Todo evento o senhor diz a mesma coisa. Já sei essa frase de cor. - comento. Vejo apertar ainda mais os braços. — Já já machuca os braços de tanta força.

Ele solta aos braços.

E muda a postura.

— Elisa, esse evento é importante. - continua a velha história de sempre.

— Desde quando vai fazer diferença ir ou não? A peça importante são vocês. - comento, enquanto lavo os potes.

— Você é da família. Você é uma Belfort. Nossa família estará lá. - explica.

— Não vou! Benício também não vai! - continuo firme na minha decisão.

Ele respira.

Respira bem fundo.

E volta a falar.

— Olha Elisa, você já é grandinha o suficiente para saber das coisas e tomar suas próprias decisões. Não quer ir? Não vai! - ele responde.

Estou surpresa.

Ele simplesmente aceitou assim? Tão simples assim?

Mentira!

Alguma coisa tem!

— Você não vai continuar insistindo? Não vai bater o pé dizendo que preciso estar naquele evento chato? - questiono.

— Não. Não quer ir? Não vai. - finaliza.

— Ok. Obrigada! Aceita um café? - ofereço, educadamente.

— Não, obrigado.

Se aceitasse seria um milagre.

— Tá! - mexo meus ombros e ficamos em silêncio.

— Preciso ir! Tenho que conferir se está tudo certo para mais tarde. Até mais, minha filha. - beija minha cabeça e sai.

Por essa eu não esperava.

O bom de tudo isso é que vou ficar sossegada com o meu filho.

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TEMPORAL DE AMOR | GUSTTAVO LIMA [PAUSADA]  Onde histórias criam vida. Descubra agora